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Projéc~ apresenta “Querido Monstro”

Pequeno auditório do TMG acolhe peça baseada num texto de Javier Tomeo e interpretada por José Neves e Nuno Cardoso

Estreia quarta-feira, no TMG, a sétima produção do Projéc~. “Querido Monstro” baseia-se num texto de Javier Tomeo, com encenação de José Neves e interpretação do próprio e Nuno Cardoso. A peça fica em cena até dia 20 no pequeno auditório.

“Querido Monstro” é a adaptação teatral de Joëlle Gräs, Jacques Nichet e Jean-Jacques Préau, com tradução de José Bento, da obra do dramaturgo espanhol Javier Tomeo, no seu título original “Amado Monstruo”. Em cena, dois homens que não se conhecem têm em comum mães possessivas e um terrível segredo por revelar. Um deles, António, comete aos 30 anos o seu primeiro acto de rebeldia. Desafiando a mãe, que o retém praticamente sequestrado, apresenta-se a uma entrevista de emprego para segurança. O outro, Krugger, um chefe de pessoal impassível, submete António a um verdadeiro interrogatório para averiguar a sua capacidade para o uso de armas, mas, durante a conversa, filtra-se um abominável segredo.

Segundo José Luís Ferreira, esta «peça de câmara, extraída de uma novela admirável, tributária de um estilo literário e proverbial, ‘Querido Monstro’ distorce, como num ‘espelho côncavo’, os habituais limites do privado e do público, fala-nos da desadaptação a um mundo progressivamente hostil e reverente no qual, à hiper-protecção familiar, se contrapõe uma lógica implacável e fria, que não hesita em esmiuçar e julgar a vida pessoal, íntima, do outro para aferir da simples possibilidade de inscrição numa estrutura organizacional».

A nova proposta do Projéc~ é apoiada pelo Teatro Nacional D. Maria II, de cujo elenco faz parte José Neves. A estrutura de criação do TMG estreou-se em Setembro de 2006 com a peça “E outros diálogos”, do escritor João Camilo. Trata-se de um projecto que se pretende irreverente e activo na área do teatro. José Neves (actor do Teatro Nacional D. Maria II), Luciano Amarelo (Teatro Bruto), Rui Nuno (Centro Dramático de Évora) e Américo Rodrigues, actor e encenador, constituem o núcleo duro desta estrutura. Mas «não é um grupo fixo de actores e, muito menos, uma companhia residente. Não só não reside permanentemente no TMG como é instável do ponto de vista criativo», esclarece-se no blogue do Teatro.

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