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«Procurei alternativas à crise que se vive em Portugal e reposicionei a actividade no mercado internacional»

Entrevista a José Alberto Rosa Capelão, sócio-gerente da empresa Imobiliária Trancosense Lda, de Trancoso

P – A Imobiliária Trancosense Lda. é uma empresa bem conhecida em Trancoso e na região. Gostaria que nos falasse da sua actividade ao longo destes anos e da situação actual.

R – Efectivamente, a Imobiliária Trancosense Lda, está no mercado da construção e venda de imoveis há cerca de 25 anos.

Ao longo destes anos, a empresa foi-se solidificando e sempre em crescimento, sendo a empresa com maior volume de construção, tanto em prédios como em habitação unifamiliar.

A empresa começou com uma pequena urbanização de 60 lotes, Rio Velho, seguindo-se a urbanização Quinta do Conde com 101 lotes.

Estes investimentos contribuíram consideravelmente para o desenvolvimento da cidade, tendo criado mais de 100 postos de trabalho, directos e indirectos, desempenhando desta forma também, um papel social relevante com mais de 200 imoveis construídos até hoje.

P – Como encara o futuro da actividade e da Imobiliária Trancosense?

R – A actividade da construção e obras públicas, não é novidade para ninguém, atravessa um período extremamente difícil.

Neste contexto, a Imobiliária Trancosense, também não escapou à crise, tendo reduzido consideravelmente os investimentos e consequentemente o número de colaboradores, mantendo-se actualmente numa actividade de quase subsistência.

Apesar desta situação complicada, temos em curso novos empreendimentos, como por exemplo o loteamento Fonte da Vide, com habitações unifamiliares e lotes para construção, numa zona devidamente licenciada e urbanizada.

P – Quais as perspectivas de futuro e a forma de ultrapassar este período mais difícil?

R – Como não sou uma pessoa para ficar parada, procurei alternativas à crise que se vive em Portugal, em termos de construção e obras públicas e reposicionei a actividade no mercado internacional, mais exactamente Europeu.

P – Quer falar-nos dessa nova experiencia?

R – Sim. Depois de uma séria reflexão sobre o futuro da construção civil, como já disse, orientei a actividade para o mercado internacional e decidi criar no Luxemburgo uma nova empresa, a ART Constructions Générales S.A.

Esta empresa que já conta mais de um ano e meio de actividade, está bem implementada.

Apesar de um início difícil, temos aumentado progressivamente a carteira de clientes e consequentemente o volume de negócios, sendo que, as perspectivas neste momento, são muito animadoras.

P – Que outras formas de desenvolvimento têm procurado para o negócio?

R – A procura de novos mercados a nível internacional, tem sido de uma grande importância assim como foi a participação em Programas de Formação Acção promovidos pela AENEBEIRA como o DINAMIZAR, por exemplo. Essas participações têm tido um papel relevante, na forma de repensar e organizar o negócio, na segurança, na gestão, na formação profissional, no fundo, uma mais-valia muito importante.

P – Estamos a escassos dias da inauguração de mais uma feira de S. Bartolomeu, qual a importância desta feira para a sua empresa?

R – A participação em feiras e em particular na Feira de S. Bartolomeu em Trancoso, tem revestido uma caracter muito importante para promover os nossos empreendimentos.

Como associado da AENEBEIRA, é uma feira, na qual participamos regularmente desde a primeira edição em que foi criado o conceito de expositores de actividades económicas. É uma oportunidade de divulgação dos nossos empreendimentos, de mostrar o que sabemos fazer bem. É também um ponto de encontro com os nossos clientes, o que é sempre uma satisfação e também o estabelecimento de novos contactos.

Este ano, estamos presentes mais uma vez e, excepcionalmente, durante o período da feira de 15 a 24 de Agosto, vamos ter uma atenção particular na promoção dos imoveis e lotes que temos para venda, que passa também por uma redução dos valores.

P – Como encara o futuro da vossa actividade?

R – Relativamente às perspectivas do negócio, com serenidade. A crise do imobiliário devido em grande parte à crise do financiamento, taxas de juro, “spreads”, à emigração, à incerteza no futuro, ao medo das famílias e jovens em investir, à falta de investimento público por parte das Camaras Municipais em particular, torna imprescindível o mercado internacional. O nosso objectivo é criar alternativas, tentar manter a actividade e acreditar num futuro mais promissor. Por isso, vamos fazer de forma que isso aconteça.

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