Arquivo

Problemas financeiros da Edifer estão a preocupar ULS da Guarda

Construtora que formou consórcio com a Hagen para a empreitada de remodelação e ampliação do Hospital Sousa Martins está em dificuldades

O Conselho de Administração (CA) da Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda está a acompanhar com «muita preocupação» a problemática situação financeira que está a afetar a Edifer, uma das construtoras do consórcio formado com a Hagen para as obras do Hospital Sousa Martins.

Estas e outras notícias estão a deixar Ana Manso «muito preocupada pela repercussão que as mesmas poderão ter nas obras de remodelação e ampliação do Hospital Sousa Martins», declarou a O INTERIOR. Anteontem, a empresa admitiu que a sua situação de tesouraria «continua insustentável», isto num comunicado enviado aos trabalhadores. No documento, citado pelos jornais económicos, Vera Pires Coelho, presidente do Conselho de Administração da Edifer, acrescenta que a construtora está a fazer tudo para conseguir pagar os salários em atraso. «A situação de tesouraria continua insustentável e resulta da seguinte espiral negativa: clientes importantes não nos pagaram e, em consequência, temos vindo a atrasar pagamentos aos nossos fornecedores que são determinantes para a nossa atividade e começámos a registar quebras na produção das nossas obras com a faturação a diminuir sistematicamente mês após mês», explica a responsável. Vera Pires Coelho adianta que a empresa não está «a conseguir desbloquear os fundos necessários para regularizar as dívidas» que tem para com os trabalhadores. Em causa está o pagamento dos salários da Edifer em Portugal, onde a empresa emprega cerca de 900 funcionários.

Segundo o “Diário Económico”, as dificuldades de tesouraria da construtora seguem-se a outros recentes percalços. É que as duas concessões rodoviárias ganhas pelos consórcios liderados pela Edifer (Baixo Alentejo e Algarve Litoral) estão paradas há várias semanas porque os respetivos consórcios bancários «fecharam a torneira do financiamento». Como se isso não bastasse, além de não faturar, a empresa corre o risco de entrar em incumprimento de prazos com o dono de obra e ter que indemnizar a Estradas de Portugal. Já no início deste mês a administração da ANA rescindiu o contrato referente à última empreitada do plano de ampliação do aeroporto da Portela – o “bus gate” Norte –, cujos trabalhos foram interrompidos há vários meses. Por cá, o consórcio Hagen/Edifer ainda não concluiu o novo pavilhão, que está em fase de acabamentos, devendo avançar depois para a segunda empreitada. Isto porque em maio do ano passado, a poucas semanas das legislativas, o anterior CA da ULS adjudicou às duas empresas, por 59 milhões de euros, a requalificação do edifício do ex-sanatório Sousa Martins, datado dos anos 50, e de um bloco construído em 1997.

A empreitada tem um prazo de execução de dois anos e consiste na remodelação e adaptação do pavilhão central e do edifício onde funcionam atualmente as Urgências, o bloco operatório e as consultas externas, entre outras valências. Nestes dois blocos vão ficar instalados os serviços de Cardiologia, Cirurgia de Ambulatório, Ginecologia, Medicina Interna, Medicina Física e de Reabilitação, Obstetrícia, Pediatria, Pneumologia, Psiquiatria e as Urgências Pediátrica e Obstétrica. No âmbito desta empreitada serão também intervencionados os dois pavilhões históricos e da antiga sub-região de saúde de forma a poderem acolher o Centro Bioclimático, o Museu da Saúde e o Centro de Investigação e Monitorização da Qualidade do Ar.

Luis Martins Consórcio ganhou construção do novo bloco e a remodelação do pavilhão central

Problemas financeiros da Edifer estão a preocupar ULS da Guarda

Sobre o autor

Leave a Reply