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Princípio e métodos de datação das rochas

Mitocôndrias e Quasares

A datação relativa das rochas requer um conjunto de princípios básicos que permitem conhecer melhor as características das marcas que os eventos do passado deixaram na crosta terrestre e que o Homem utiliza para decifrar a sua história.

Em geologia, o estrato é definido como cada uma das camadas minerais homogéneas que se sobrepõem num determinado terreno sedimentar. Os princípios de datação relativa dos estratos rochosos e das rochas podem ser divididos em seis. O princípio da horizontalidade original determina que os estratos foram sempre depositados de forma horizontal. O da continuidade lateral definiu que a idade dos estratos é homogénea em toda a sua extensão. O princípio da sobreposição propõe que o estrato inferior é mais antigo que o superior (a menos que esta ordem tenha sido alterado pela ação de forças naturais).

O princípio do uniformismo determina que, na história da Terra, as leis que regem os processos geológicos nunca mudam. O princípio do atualismo é o que define que os processos geológicos atuais são idênticos aos que tiveram lugar no passado. O princípio da sucessão da fauna e da flora (ou da correlação) sustenta que, mesmo em níveis diferentes, as afinidades dos restos fósseis de animais determinam a analogia dos estratos.

Com base nestes seis princípios, os dois raciocinados básicos das investigações estratigráficas são o da sobreposição e o da sucessão faunística. O primeiro foi proposto, em 1669, por Nicolaus Steno (1638-1686), geólogo dinamarquês, que defendeu que os estratos de rocha e depósitos semelhantes se formaram quando foram depositadas partículas no fundo de um fluído (como a água) formando jazidas horizontais. Desta forma, as jazidas de rochas formaram-se na posição horizontal, e a camada de sedimentos inferior foi depositada primeiro e a superior depois, e qualquer desvio desta posição foi provocada por uma causa posterior à formação da referida jazida. Ou seja, as camadas da crosta do nosso planeta contêm a sua própria história. Steno também propôs o princípio da horizontalidade.

O princípio da sucessão faunística foi proposto, em 1079, pelo geólogo britânico William Smith, que utilizou fósseis com base para caracterizar os estratos de uma área e de outra. William Smith foi um britânico de origem humilde geólogo de vocação, que elaborou o primeiro “mapa geológico” de Inglaterra, Gales e uma parte da Escócia. Com este objetivo, utilizou os fósseis para reconhecer as rochas. Fez importantes avanços em geologia histórica reparando, por exemplo, que as rochas da base de uma colina não são as mesmas que se encontram no cume e que cada estrato possui os seus fósseis característicos. Esta observação foi a que, depois, lhe permitiu formular o princípio da sucessão da fauna e da flora.

Por: António Costa

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