Depois de ter promovido durante 13 anos a “Semana do Cinema Europeu” com uma programação maioritariamente do “velho continente”, o Inatel da Covilhã aposta este ano num formato «mais abrangente e mais universalista» para concretizar o primeiro Festival de Cinema da cidade, que estreia amanhã no Teatro-Cine. A antestreia nacional de “Pedaços de uma vida”, de Peter Hedges, e a curta-metragem “Menos Três”, dos alunos da Universidade da Beira Interior, orientados pelo cineasta José Nascimento, inauguram o certame organizado em colaboração com a UBI e a Câmara da Covilhã e que, até 5 de Junho, vai estender-se ao auditório da UBI e às salas de cinema de Castelo Branco, Fundão, Idanha-a-Nova e Sertã.
O objectivo deste novo formato é captar novos públicos graças a uma maior aposta na «qualidade», realça o presidente do Inatel, Bernardino Gata, que espera que o festival se possa afirmar a nível nacional dentro de três anos ou ter até uma projecção internacional, acrescentou por sua vez Luís Cassapo, coordenador cultural daquele organismo. Assim, e para além da exibição de filmes, a mostra vai contar este ano com uma secção de competição nacional em curtas e longas-metragens com o intuito de promover «ainda mais» o cinema português e permitir que as pessoas da região possam assistir a «obras nacionais que dificilmente saem de Lisboa», sublinha Bernardino Gata. “Os Imortais”, de António Pedro Vasconcelos; “Lá Fora”, de Fernando Lopes; “O Milagre Segundo Salomé”, de Mário Barroso; “O Herói”, de Zézé Gamboa e “O Fascínio”, de José Fonseca e Costa são as películas em competição na secção de longas-metragens a exibir, entre sábado e quinta-feira, no Teatro-Cine. Quanto às curtas-metragens, foram seleccionadas as películas “Interrogatório Legal”, de Miguel Ribeiro; “A olhar para cima”, de João Figueiras; “Fala Comigo”, de Francisco Bravo Figueiras; “O Nome e o N.I.M.”, de Inês Oliveira e “Comédia Infeliz”, de Artur Serra Araújo.
Grandes filmes para ver ou rever
Durante nove dias, os cinéfilos têm ainda uma boa oportunidade para ver ou rever algumas das produções que mais fascinaram o grande público em três sessões por dia: à tarde, às 21h30 e à meia-noite. É o caso de “Amarcord”, de Federico Fellini, que será exibido amanhã, a par da antestreia do filme de Peter Hedges. No sábado é tempo de “Apocalypse Now – Redux”, de Francis Ford Coppola, e “Virgens Suicidas”, filme de estreia de Sofia Coppola enquanto realizadora. “Roger Dodger”, de Dylan Kidd (dia 30); “Amanhã mudamos de casa”, de Chantal Akerman (dia 31); “Sylvia”, de Christine Jeffs (2 Junho); “Uzak – Longínquo”, de Nuri Bilge Ceylan (dia 3); “Carmen”, de Vicente Aranda; “Zaytochi”, de Takeshi Kitano, e “Em Carne Viva”, de Pedro Almodôvar (dia 4) são os filmes que se seguem. Para o último dia, está reservada uma homenagem ao realizador covilhanense José Álvaro Morais – a quem será atribuído o prémio carreira – com a exibição do filme “Quaresma”, bem como a antestreia nacional de “Homicídios Ocultos”, de Philip Kaufman. Para os mais novos, o festival reserva a versão portuguesa de “Charlie & Snoopy” no dia 30 de Maio e “Peter Pan” a 5 de Junho, ao mesmo tempo que continua a rubrica “A Escola Vai ao Cinema”. “1942 – Cristóvão Colombo”, de Ridley Scott, com Gerard Depardieu; “Por Duas Moedas”, de James Foley, com Al Pacino e Jerry Barrone; e “O cão que parou a guerra”, de André Melançon, são os filmes escolhidos para os jovens estudantes.
Já na Cinubiteca da UBI passam nos dias 31 Maio, 1 e 2 de Junho os grandes clássicos do cinema: “As Vinhas da Ira”, de John Ford; “Tempos Modernos”, de Charlie Chaplin; e “O Anjo Azul”, Josef von Sternberg. Em Castelo Branco, no cinema S. Tiago, será exibido na quarta-feira “O Evangelho Segundo S. Mateus”, de Pier Paolo Pasolini, enquanto que no Centro Cultural Raiano, em Idanha-a-Nova, passam de terça-feira a sábado “Algures em África”, de Caroline Link; “Não tenho medo”, de Gabriele Salvatores; “O Herói”, de Zezé Gamboa; “Charlie& Snoopy”, de Bill Melendez e “Bully – Estranhas Amizades”, de Larry Clark. Para o Cine-Teatro da Sertã estão reservados “11 perspectivas”, um colectivo de Mira Nair, Sean Penn e Ken Loach; “O Fascínio”, “Estranha vida de Igby”, de Burr Steers; e a trilogia de “O Senhor dos Anéis”, de Peter Jackson, grande vencedor dos Óscares de 2004.
Liliana Correia
