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Primeiro “bebé proveta” da Beira Interior poderá nascer em 2006

Centro de Medicina Reprodutiva do CHCB deverá estar pronto no final do ano

O Centro Hospitalar da Cova da Beira poderá “dar à luz” o primeiro bebé proveta da região em 2006 se o edifício da Faculdade de Medicina estiver pronto em Agosto deste ano para acolher o primeiro Centro de Medicina Reprodutiva da Beira Interior.

O projecto integra-se num protocolo de intercâmbio científico e tecnológico entre a Universidade da Beira Interior e a Universidade de S. José de Rio Preto (Brasil) e os respectivos hospitais universitários através do sistema de telemedicina que será implementado em breve pela Portugal Telecom no Brasil. O intercâmbio de docentes, médicos e alunos também está previsto neste acordo assinado quinta-feira, que beneficiará ainda o Hospital Pediátrico de Coimbra, já ligação ao CHCB por telemedicina. Para além de beneficiar as várias áreas da saúde e o ensino pré e pós graduado, o protocolo beneficiará sobretudo os Centros de Medicina Reprodutiva e Saúde Materno Fetal do CHCB. «Quando se constrói sozinho um centro de reprodução temos um resultado mínimo em 4 anos, pois demoramos muito a desenvolver um laboratório. Se trabalharmos com uma equipa já preparada, teremos resultados mais rápidos», salientou o médico Hélio Oliani, um dos responsáveis por este projecto, salientando a experiência de 36 anos do hospital universitário de S. José do Rio Preto, que forma anualmente 64 médicos e 200 especialistas e atende cerca de três milhões de pessoas por ano.

Para Hélio Oliani, o número de casais da região que não conseguem engravidar justifica a existência deste centro na Beira Interior. «Depois de termos feito o diagnóstico da população, verificamos com alguma surpresa que dois em cada 10 casais vão precisar de ajuda em reprodução», adianta, referindo existirem já 12 casais interessados na inseminação artificial. O centro permitirá ainda a redução das despesas dos casais da região (que têm que se deslocar várias vezes por semana a Coimbra, Porto ou Lisboa ou a algumas clínicas privadas espalhadas pelo país) e contribuirá para a diminuição das listas de espera existentes em Portugal neste serviço, conseguindo assim atender com maior rapidez às mulheres com mais de 35 anos. Além da parceria com o Brasil – que permitirá rentabilizar também os recursos humanos e técnicos – o CHCB irá proceder ainda a consultas de grupo de 10 a 12 pacientes de para poder diminuir os custos das mesmas, estando também a ser equacionada a possibilidade de estabelecer parcerias com os laboratórios e fornecedores para «facilitarem o medicamento a preço de custo». O Centro de Medicina Reprodutiva estará localizado na FCS num espaço de 200 metros quadrados e terá um laboratório equipado e especializado para a fertilização “in vitro” e a pesquisa.

Liliana Correia

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