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Prémio Eduardo Lourenço para poeta espanhol

Para o júri, Ángel Campos Pámpano «interpreta singularmente a fronteira, entendendo-a como forma de comunicação e não de separação»

O poeta espanhol Ángel Campos Pámpano é o vencedor da edição deste ano do Prémio Eduardo Lourenço, instituído pelo Centro de Estudos Ibéricos (CEI), sediado na Guarda.

O júri, reunido na cidade na passada quinta-feira, escolheu o poeta, tradutor, editor e professor de Língua e Literatura Espanholas em Lisboa pelo seu «destacado papel nas relações e conhecimento cultural luso-espanhol através da tradução, edição e criação poéticas, a par da docência e da dinamização de iniciativas culturais transfronteiriças». Mas também pelo facto de ser «um autor da fronteira», cuja obra poética evidencia «a influência de autores portuguesas e é reconhecida pela sua qualidade, modernidade e vivacidade». Segundo o júri, presidido pelo reitor da Universidade de Salamanca (José Ramón Alonso), o galardoado «interpreta singularmente a fronteira, entendendo-a como forma de comunicação e não de separação».

A candidatura de Ángel Campos Pámpano foi apresentada pela Junta da província espanhola da Extremadura. Tem 51 anos, é natural da região de Badajoz e dirige ainda a revista bilingue “Espacio/Espaço Escrito”, um projecto inovador no domínio das relações literárias entre os dois países ibéricos. Traduziu destacados poetas portugueses como Fernando Pessoa, António Ramos Rosa, Eugénio de Andrade, Sophia de Mello Breyner Andersen, Ruy Belo e Al Berto, entre outros. Em 2006 ganhou o Prémio de Tradução Giovanni Pontiero pela edição de “Nocturno Mediodía. Antologia Poética (1944-2001) de Sophia de Mello Breyner” e, em 2005, o Premio Extremadura a la Creación pelo livro “La semilla en la nieve”. A sua obra foi recolhida em diversas antologias.

O prémio, de 10 mil euros, vai ser entregue a 27 de Novembro, Dia da Cidade. Ángel Campos Pámpano sucede à pianista Maria João Pires, ao jornalista espanhol Agustín Remesal (2006) e à professora universitária e ensaísta Maria Helena da Rocha Pereira (2005).

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