Nem as baixas temperaturas, normais para a época, nem a ausência de neve ou mesmo os preços afastam os turistas da região da Serra da Estrela na entrada no novo ano. A montanha continua a ser um dos destinos mais procurados para o “réveillon” em Portugal.
Com preços nada acessíveis para todas as bolsas, a lotação da Pousada da Serra da Estrela, na Covilhã, está esgotada há algum tempo. A unidade que abriu em abril deste ano estreia-se na passagem de ano e preparou um pacote para duas pessoas com duas noites, jantar e festa de passagem de ano por 699 euros, o que faz da Pousada da Serra da Estrela a mais cara do grupo Pousadas de Portugal. Quem optou por este hotel de quatro estrelas para apenas esta noite, os preços variam entre os 150 e os 260 euros. Os responsáveis contam ter instaladas cerca de 200 pessoas nesta noite. Também a Turistrela espera casa cheia para os seus hotéis. No dia do fecho da edição, na última segunda-feira, os responsáveis apontavam para uma taxa de ocupação de 95 por cento, sendo que o Hotel da Serra da Estrela e os chalés de montanha estavam a 99 por cento e o a Varanda dos Carqueijais a 90 por cento. Emídio Góis, diretor-geral de operações da Turistrela, disse esperar «esgotar a lotação dos hotéis» e que no caso do hotel das Panhas da Saúde já tinha acontecido, mas «devido à greve da TAP houve algumas desistências».
Nestas três unidades os preços variam entre os 710 euros e os 3.990 (no caso dos chalés para oito pessoas na tipologia presidencial). Este ano a Turistrela optou por ter um serviço direcionado para as crianças com algumas atividades e insufláveis nos chalés e no Hotel da Serra da Estrela, que estão ocupados maioritariamente por famílias. Apesar de não haver neve, Emídio Gois acredita que a região «tem outros atrativos interessantes como os museus, a gastronomia, os castelos ou as paisagens». Mais abaixo, na Covilhã, o Hotel Tryp D. Maria estava na segunda-feira com uma taxa de ocupação de 80 por cento, mas os seus responsáveis acreditavam que estes números subiriam nos dias seguintes. Para a noite de fim de ano está previsto um jantar, com animação musical e o tradicional fogo-de-artifício, por 215 euros para duas pessoas.
No grupo Natura IMB Hotels, proprietário do H2Otel (Unhais da Serra), Hotel Covilhã Parque e Hotel Turismo (ambos na Covilhã), Hotel Vanguarda e Hotel Lusitânia (ambos na Guarda), a oferta é diversificada e, segundo os responsáveis, procurou-se «chegar a vários bolsos». Com um custo de 679 euros por pessoa a despedida do ano velho está esgotada no H2Otel desde novembro. O hotel de Unhais da Serra vai receber 220 pessoas até dia 1 de janeiro e preparou um programa de quatro dias e três noites com um jantar regional, atividades para pais e filhos e um jantar e festa de “réveillon”. No Hotel Turismo e o Hotel Lusitânia os preços são idênticos para duas noites, com festa de passagem de ano e jantar de gala, que ficam entre 254 e 208 euros por pessoa. Quem optar apenas pelo jantar e a festa de dia 31 terá de pagar entre 100 e 85 euros, respetivamente.
Reservas aumentam nos últimos dias
Mais em conta é a noite no Hotel Covilhã Parque, por 50 euros por casal ou a festa no Hotel Vanguarda, que optou por uma ementa mais simples que custa 42 euros por pessoa, num serviço que «privilegia o mercado local». Apesar da crise, o grupo hoteleiro fala num ligeiro aumento dos preços nas suas ofertas e considera que «há um desempenho positivo nas unidades que, mesmo sem neve, estão completas». Do outro lado da serra, o Eurosol Gouveia tinha 60 por cento da sua lotação ocupada e os seus responsáveis acreditavam que as reservas iriam aumentar. Para a última noite do ano está previsto um jantar com petiscos serranos e um arraial serrano. Neste hotel, quatro noites para duas pessoas custam 400 euros.
Ainda em Gouveia, mas direcionado para o turismo rural, o Madre de Água, em Vinhó, também organizou um pacote de fim de ano. Com capacidade para 29 pessoas, a unidade já está esgotada no dia do fecho desta edição. Aqui, a entrada no novo ano tem o custo de 530 euros por pessoa, por duas noites. À meia-noite de dia 1 haverá foguetes, com a particularidade de poderem ser os próprios hóspedes a lançá-los.