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Portugal vai ter mais resgates, diz Freitas do Amaral

O antigo governante Freitas do Amaral afirmou ontem que, «com esta receita», Portugal vai enfrentar «um segundo, um terceiro, um quarto e um quinto» resgates, alertando que o país está «a seguir a Grécia com um ano de atraso».

O fundador do CDS diz ser «claro que tem de haver cortes na despesa e é claro que tem de haver aumentos da receita», uma política que «vai conduzir a um caminho cada vez mais fundo». Para Diogo Freitas do Amaral, que falava numa conferência organizada em Lisboa pelo eurodeputado centrista António Ribeiro e Castro, «a Grécia está à beira do terceiro [resgate] e nós estamos à beira do segundo», acrescentando que «esta receita está errada e, enquanto não for modificada, vai ser sempre pior».

O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo de Sócrates considerou ainda que «o sistema político português está bloqueado» porque «o Governo não é capaz de retificar um único erro, não é capaz de negociar com voz grossa com a “troika” e com as potências que estão por trás da “troika”, o Presidente da República entende que não deve intervir, o Parlamento não tem capacidade para destituir o Governo e o CDS foi entalado e não pôde demarcar-se do PSD, como chegou a desejar».

Ora, num contexto de «bloqueio» do sistema político, «o único sinal de esperança em democracia, quando um Governo governa mal, é [convocar] eleições», defende o ex-candidato à Presidência da República. «Não digo que devam ser feitas agora. Agora temos de discutir e votar o Orçamento», explicou, considerando que «a partir de janeiro, no momento em que o Presidente da República, as forças políticas e o Conselho de Estado entenderem que é mais oportuno para o país», essa questão deve ser considerada.

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