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Porto da Carne recupera Regadio Tradicional

Obras vão começar já no final do mês para não prejudicar os agricultores

Já foi adjudicada a empreitada de recuperação do regadio tradicional do Porto da Carne. Trata-se de uma obra que vai beneficiar todos os agricultores da freguesia e que consiste na abertura de um novo canal para rega a partir do rio Mondego. Os trabalhos só vão começar no final do mês para não prejudicar os lavradores da região.

A decisão da comissão de análises das propostas seguiu na semana passada para a Direcção Regional de Agricultura da Beira Interior (DRABI) e tudo indica que as obras comecem na data prevista, ou seja, finais de Setembro, «para não prejudicar os agricultores, ainda mais do que já foram com a seca», explica José Baptista, presidente da Junta de Agricultores do Regadio Tradicional do Porto da Carne e da Junta de Freguesia local. Para o edil, é «urgente» a recuperação do regadio, mas adianta que é melhor que a obra só comece no final deste mês, pois «não há muitos declives naquela linha de água». Pelo que a água vai ter que ser desviada do seu curso habitual, sendo «preferível» que a empreitada arranque num período mais húmido. A obra consiste na recuperação do regadio tradicional no vale do Mondego, uma zona com grande potencial agrícola do concelho da Guarda. Por isso, José Baptista tem todas as razões para se sentir «optimista» quanto aos proveitos do novo canal. «Quando a obra estiver concluída vai melhorar as condições de mais de 70 por cento da população de Porto da Carne e ainda de alguns habitantes de aldeias limítrofes», garante, uma vez que tem uma extensão de cerca de três mil metros. «Actualmente, o regadio está em muito mau estado e a água, por vezes, já não chega aos terrenos», explica o presidente da associação.

A obra foi adjudicada a um consórcio liderado pela empresa António Marques de Oliveira e deverá custar cerca de 120 mil euros, permitindo fazer chegar água a todos os campos agrícolas da zona, «onde ainda se cultiva de tudo», adianta o responsável, como batata, couve, pimentos, milho, feijão, cebolas, tomates, entre outros produtos. A iniciativa é de tal importância que foi propositadamente constituída a Junta de Agricultores do Regadio Tradicional do Porto da Carne, com o objectivo de recuperar um regadio «que já está muito ultrapassado», realça o seu responsável. «Era um assunto que preocupava há muito tempo os agricultores da região, mas só agora se decidiu tomar medidas», acrescenta. O projecto enquadra-se no programa Agris, financiado por fundos comunitários, na sub-acção relativa aos novos regadios colectivos e beneficiação de regadios tradicionais. Nesse sentido, pretende-se a preservação e recuperação dos sistemas de regadio tradicional ali existente, evitando os desperdícios de água que actualmente se verificam e permitindo nalgumas situações a adopção de tecnologias de rega alternativas mais eficientes. A iniciativa contou igualmente com o apoio da Câmara da Guarda, que «ajudou com os trabalhos topográficos», adianta José Baptista.

Patrícia Correia

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