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Pontuações voltam a subir no Concurso de Vinhos da Beira Interior

Aníbal Coutinho vaticina um grande futuro para a produção vitivinícola da Beira Interior dada a qualidade «inquestionável» das suas uvas. O presidente do júri do 6º Concurso de Vinhos considera mesmo que a região terá índices de crescimento «muito acima da média nacional nos próximos dez anos».

A Beira Interior vai ser uma região vitivinícola «surpreendente nos próximos anos», acredita Aníbal Coutinho. O crítico, que presidiu ao 6º Concurso de Vinhos da Beira Interior, vaticina mesmo que terá índices de crescimento «muito acima da média nacional nos próximos dez anos» dada a qualidade «inquestionável» da matéria-prima.

«As uvas são fantásticas, têm condições ótimas de crescimento e isso transfere-se para o vinho, que tem um caráter e tipicidade únicos. São vinhos com uma relação com a terra fortíssima e muito pouco trabalhados na adega», destacou o especialista no final das provas dos 81 vinhos a concurso realizadas na semana passada nas futuras instalações do Museu de Arte Sacra da Guarda. Este ano, houve mais vinhos (tintos, brancos, rosés, espumantes e frisantes) e produtores (26) avaliados pelos 15 elementos do júri – os resultados serão conhecidos a 22 de junho, num jantar de gala a realizar no castelo de Belmonte. «Em todas as categorias apareceram vinhos surpreendentes ao nível da qualidade – e esta é uma opinião partilhada por todo o júri», afirmou Aníbal Coutinho. Na sua opinião, a Beira Interior não deve competir com vinhos de baixo preço mas apostar num valor médio/alto: «Estes vinhos precisam de um público mais conhecedor e dada a sua qualidade esta afirmação passa pelo primeiro preço», aconselhou, admitindo que esta é a opção «mais difícil» mas será a mais acertada «estrategicamente e para o futuro».

De resto, Aníbal Coutinho disse acreditar também que as novas gerações que estão a chegar ao setor vão ser decisivas na introdução de «outras dinâmicas na venda e comercialização e que nesta região tardam a aparecer». Por sua vez, João Carvalho, presidente da Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior (CVRBI), mostrou-se muito satisfeito com os primeiros resultados do concurso, antecipando que, este ano, «conseguiram-se ultrapassar as pontuações de 2012, que já tinham sido substancialmente altas». De acordo com o responsável, no ano passado venderam-se mais de 20 milhões de litros de vinho da Beira Interior e as exportações cresceram acima dos 20 por cento. «Neste momento já há alguma apetência a nível nacional pelos nossos vinhos quando, há uns anos, ninguém sabia onde ficava a região quanto mais que existiam vinhos da Beira Interior», afirmou João Carvalho. Já Pedro Tavares, presidente do NERGA – Associação Empresarial da Região da Guarda, sublinhou que o concurso tem sido um «fator de promoção importante» dos vinhos da Beira Interior e tem também contribuído para «melhorar a sua qualidade». O concurso de vinhos é organizado pela CVRBI, NERGA e NERCAB– Associação Empresarial da Região de Castelo Branco.

Comissão Vitivinícola muda-se para a Praça Velha no final do Verão

A CVRBI deverá mudar-se para os antigos Paços do Concelho da Guarda, na Praça Velha, «imediatamente a seguir às férias ou talvez antes», adiantou João Carvalho. O edifício onde funcionou a Mediateca VIII Centenário foi cedido pela autarquia vai ser alvo de obras de remodelação a realizar em duas fases. «A parte administrativa, laboratórios e Câmara de Provadores será feira com recursos da Comissão Vitivinícola. A outra diz respeito a um projeto de maior envergadura que será candidatado ao QREN ou a outros fundos comunitários», acrescentou o presidente da CVRBI. Com esta sede num espaço nobre da cidade, a Guarda assume-se como o “coração” desta região vitivinícola e, além do controlo e certificação do vinho, a nova sede permitirá receber turistas e terá uma loja de venda de vinhos, revelou João Carvalho.

Luis Martins 81 vinhos de 26 produtores prestaram provas na Guarda na semana passada

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