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“Ponte de Esparguete” resiste a peso superior a 30 quilos

Novo recorde foi atingido na terceira edição do concurso organizado pelo Departamento de Engenharia Electromecânica da UBI

30,290 quilos. Este é o novo recorde atingido na terceira edição do concurso “Pontes de Esparguete”, que teve lugar na última quinta-feira na Universidade da Beira Interior (UBI). Apenas massa esparguete, cola e os «conhecimentos» de Matemática Aplicada adquiridos ao longo do curso fizeram com que a estrutura construída por Paulo Enes, aluno do 3.º ano de Engenharia Electrotecnia, conseguisse superar os mais de 28 quilos aguentados no ano transacto.

Para este aluno – que ficou em terceiro lugar em 2002 -, «não há segredo» para explicar o facto da sua ponte de apenas 350 gramas ter resistido mais do que as restantes 15 estruturas a concurso. Bastou fazer «melhoramentos nos pontos fracos» que fizeram ceder o seu projecto no ano passado um pouco acima dos 16 quilos. «Tirei o esparguete em alguns sítios e coloquei nas partes que mais precisava», explica Paulo Enes, que além de um prémio monetário de 100 euros terá também uma bonificação de dois valores na nota final da disciplina de Matemática Aplicada. Tal como nos anos anteriores, as pontes a concurso na prova de resistência (apenas com 350 gramas) foram colocadas entre os limites de duas mesas da sala de aula (numa distância de 40 centímetros) e deveriam suportar o peso máximo de areia possível até ceder. No caso das pontes classificadas em primeiro e segundo lugar – que aguentou até 22,980 quilos –, os alunos foram mesmo obrigados a recorrer a pesos de metal face à insuficiência da areia disponível. A ponte classificada em terceiro lugar atingiu 18,200 quilos, enquanto a mais fraca ficou pelos 2,610 quilos. Humberto Santos, docente do departamento de Engenharia Electromecânica, considera que este novo recorde «é muito bom» para fazer publicidade ao concurso e atrair os alunos do ensino secundário, o que apenas se conseguiu no ano passado. Na sua opinião, não há segredos mas algumas técnicas para que as pontes de esparguete resistam a grandes pesos. «O principal é que as barras [das pontes] funcionem à tracção. Outra coisa, é o “design”, que deve ser capaz de suportar o maior número de barras à tracção», revela. Esta iniciativa inédita tem vindo a conquistar cada vez mais os alunos e o público desde que surgiu em 2001. Assim pensa Anna Guerman, docente no departamento de Engenharia Electromecânica e uma das organizadoras do evento. «Estamos a melhorar o regulamento, as condições e os alunos também estão a aprender. Atraímos mais atenção e mais pessoas. Notei este ano que o interesse dos alunos foi mostrado logo no início do projecto», sublinha a professora de Mecânica Aplicada. E isto porque se trata de uma iniciativa «muito boa e que alegra muito o ambiente». Para além disso, o concurso é uma das primeiras oportunidades para os alunos realizarem os seus projectos e «aprenderem a levar a sério o trabalho», formando assim «melhores engenheiros para o futuro».

É que um dos objectivos do concurso é incentivar as capacidades criativas dos alunos e levá-los a encontrar soluções engenhosas e baratas para resolver os problemas. O outro é chamar a atenção para esta área. «Este concurso mostra que a engenharia é uma ciência e pode ser um jogo, uma arte e pode ser divertida. Pode não o ser todos os dias, mas cria divertimento», defende Anna Guerman. Nesta edição, registo ainda para alguma polémica junto do público com a segunda classificada por «não estar a cem por cento segundo os regulamentos». No entanto, a estrutura proposta acabou por ser aceite a concurso pelo júri, explica Humberto Santos. «Fomos um pouco flexíveis e houve alunos que não compreenderam isso. O que nos interessa é que eles trabalhem, investiguem e que façam as estruturas», justifica. Para além da prova de resistência, houve também a prova de estética, onde concorreram quatro estruturas, ganha por Nuno Reis.

Liliana Correia

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