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Políticas de Desporto

Imagine o leitor que de uma forma lúdica, sozinho ou acompanhado, pretende praticar um pouco de actividade desportiva. Como o fazer na cidade da Guarda? Quais os locais postos à sua disposição? Depois de uma breve inventariação das hipóteses teríamos algo como: 1- ir correr para a VICEG ou outras artérias da cidade, com os consequentes perigos e infringindo a lei . 2- Ir correr para a pista, aproveitando os corredores deixados livres pelos atletas de competição que aí desenvolvem os seus treinos habituais; 3- tentar encaixar-se num grupo empresarial ou de uma instituição dos poucos que ainda vão conseguindo marcar um horário nos super preenchidos pavilhões gimnodesportivos da cidade; 4- Pura e simplesmente não fazer nada, renunciar ao exercício e deixar para os fins-de-semana ou as férias, talvez numa outra cidade. Esta última opção é provavelmente o que fazem a maioria dos cidadãos. Dói reconhecer esta carência de estruturas desportivas. Isto especialmente quando uma pessoa se lembra da quantidade de jovens que ligados ou não a colectividades vêm assim ser-lhes negado um dos seus direitos fundamentais – o direito ao desporto. Os jovens não sabem muitas vezes onde ocupar o seu tempo livre. Perto das residências não há campos. E as próprias associações/clubes também não têm espaços onde possam albergar a quantidade de jovens que procuram a prática desportiva. Recentemente tive a oportunidade de folhear um jornal de Castelo Branco e de constatar como naquela cidade tudo parece ir pelo bom caminho. As obras sucedem-se a um ritmo alucinante. O lema do presidente da Câmara, Joaquim Morão, de “fazer mais e melhor” parece estar a cumprir-se. O parque desportivo tem sido sistematicamente aumentado correspondendo à linha orientadora de dotar o concelho e as freguesias de infra-estruturas desportivas. Hoje todas têm um polidesportivo e foram até construídos vários campos sintéticos que permitem uma prática intensiva. Quanto a pavilhões acaba de ser inaugurado o segundo municipal, um excelente pavilhão coberto com um espaço útil de 44×25 metros, capaz de receber treinos e competições das mais diversas modalidades. Quem lê a reportagem do “Reconquista”, de 19 de Setembro, fica com a clara ideia de que em Castelo Branco há dinâmica, que a cidade está a mexer. Paralelamente na Guarda é o oposto. Na Guarda está tudo parado. Não se vêm perspectivas de desenvolvimento. O fôlego há muito que se esgotou. Há quanto tempo não se fala em pôr operacional o campo municipal do IPG? Há quanto tempo não se fala da necessidade de um campo pelado de apoio ao municipal? E o polis? E o centro de estágio de desportistas? Tantos e tantos projectos sempre adiados. Se houvesse uma competição entre o que as Câmaras vão conseguindo fazer desconfio que o resultado Castelo Branco- Guarda seria uma “rolha” das antigas.

Por: Fernando Badana

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