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Política de pré-existências

Bilhete Postal

Impedir que se construam novas estradas, intolerância a novos prédios, a uso de terrenos virgens em projectos novos, proibir mais uma linha eléctrica, mais um tubo de água, cingindo tudo ao que existe, ao espaço actual humanizado. Nada mais que restaurar os centros das cidades, demolir o horrendo e edificar beleza, criar no espaço urbano dignidade, com arrumo, com lugares para deficientes, sem restrições para cidadãos de qualquer tipo, espaços seguros, higiénicos, com jardins, com áreas de lazer, com verdura para pisar e sentar, com bancos para namorar e ver passear os amigos. Este projecto da primazia da pré-existência tornava Portugal mais bonito, requalificava as cidades e trazia as populações de volta aos centros urbanos. O que é incompreensível é a política do “pato bravo”, da casinha para cada um em seu terreno arável, de cada centro comercial em cada periferia de aldeia e cidade. Portugal tem de apostar nos empregos para a sua reconstrução. Fazer melhor, reconstruir o antigo classificado, restaurar a história, implodir o horrendo e fazer no seu lugar o belo, com plano de enquadramento em volume e em espaços de convívio. Claro que neste mundo eu defendo a segurança com câmaras, protegendo os cidadãos com ecrãs que substituem o papel da moral do banco de escola – “Deus castiga” trocado por “eles vão saber quem és”. Criar prédios amigos do ambiente, recolha de lixo organizada, tudo previsto, sem amadores a planificar.

Por: Diogo Cabrita

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