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Polémica em torno das piscinas de Celorico da Beira sem fim à vista

Encerradas há mais de uma década, as piscinas municipais de Celorico da Beira continuam a dar que falar. O equipamento esteve em funcionamento até à chegada do PS à Câmara, em 2005, mas fechou poucos meses depois devido a danos estruturais no edifício e no tanque.

O mais recente motivo de controvérsia remete para um plano de eficiência energética, elaborado pelo anterior executivo socialista, para aplicar nas piscinas e que representava um investimento de mais de 260 mil euros, cofinanciados em 95 por cento. Mas a verba foi usada pela atual maioria na substituição da iluminação pública por LED, pelo que as piscinas continuam encerradas e sem data de reabertura.

«Essa verba pode ser utilizada de maneira diversa consoante as nossas opções», justifica o presidente da Câmara, para quem a iluminação LED é prioritária: «Implica um retorno maior a nível de poupança para o concelho e, se essa poupança é maior, depois pode ser canalizada para a intervenção nas piscinas», considera Carlos Ascensão (PSD). Opinião diferente tem o vereador socialista José Albano Marques, que não compreende a «desistência da candidatura» e receia que o «encerramento definitivo» das piscinas esteja próximo. «É verdade que esta estrutura está fechada há muitos anos. Mas se noutros tempos foi por questões de segurança, hoje não víamos necessidade de se ter feito esta transferência da verba», critica o eleito da oposição. Carlos Ascensão contrapõe que não se pode cair nos erros do passado, pelo que a maioria eleita em 2017 decidiu «fazer um estudo sério e aprofundado de uma possível reformulação da própria estrutura».

O edil promete que «iremos ultrapassar os problemas e reabrir as piscinas», reiterando que o município não quer «correr o risco de desperdiçar ali muito dinheiro». Quanto à decisão de transferir a verba para a iluminação pública, o autarca celoricense assegura que foi uma opção de «segurança e poupança»: «Este é um investimento seguro, contrariamente ao que seria feito nas piscinas», sustenta Carlos Ascensão, que assume intervir «o mais rápido possível dentro das condicionantes a que estamos sujeitos». Mas sem adiantar datas para a reabertura das piscinas: «Não queremos fazer o que outros fizeram, que apontaram datas precisas e depois não se concretizou», recorda o social-democrata. Contudo, José Albano Marques não esquece que na última campanha autárquica «um dos compromissos do atual executivo era abrir imediatamente» as piscinas. «Todos os políticos fazem promessas. Mas acho que verem isto com uma perfeita normalidade, depois de falarem constantemente na questão, não me parece bem enquanto cidadão», condena o vereador do PS.

Na sua opinião, as piscinas «não vão gerar emprego», mas são «um equipamento social para ser usufruído pelos celoricenses». E acrescenta: «Espero que no futuro os celoricenses possam avaliar se a iluminação pública foi uma prioridade em termos da satisfação das suas necessidades», desafiou o socialista, segundo o qual o descontentamento da população «é bastante grande».

Sara Guterres As piscinas municipais de Celorico da Beira estão fechadas há mais de dez anos

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