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PLIE vai arrancar

Visto do Tribunal de Contas para a primeira fase já chegou à autarquia

Os trabalhos de infraestruturação da Plataforma Logística de Iniciativa Empresarial (PLIE)da Guarda, na Quinta dos Coviais, a poucos quilómetros da cidade, têm finalmente luz verde. A obra já tinha sido adjudicada a um consórcio, mas o arranque da empreitada, orçada em 5,3 milhões de euros, estava dependente do visto favorável por parte do Tribunal de Contas (TC), que segundo fonte próxima do processo, deu entrada na Câmara da Guarda no início desta semana.

Com este aval, resta ao município promover a consignação da obra, que tem um prazo de execução de seis meses. «Trata-se do resto da legalização de todo o processo concursal e a obra avança de imediato para serem cumpridos os prazos da candidatura ao Interreg», explicou Álvaro Guerreiro, edil guardense, no mês passado ao “O Interior”. Até porque a empreitada terá que começar o quanto antes, uma vez que terá de ser executada dentro dos prazos estabelecidos para dar cumprimento à comparticipação financeira do Interreg. O concurso para a execução dos trabalhos de saneamento, electricidade e telecomunicações da PLIE foi ganho pelo consórcio constituído pela Construtora Abrantina, e pelas empresas da Guarda, António Rodrigues Leão (ARL) – Construções e António Saraiva & Filhos. Adjudicada a obra, o processo foi remetido ao Tribunal de Contas para a obtenção do imprescindível visto no princípio de Maio, como explicou Álvaro Guerreiro, presidente do Conselho de Administração da sociedade e da Câmara da Guarda. Dois meses depois o aval chegou. De resto, os prazos para reclamações ou recursos já foram «todos ultrapassados» pelo que não deverá surgir mais nenhuma contrariedade.

Recorde-se que o prazo limite do Interreg para a execução dos trabalhos termina no final deste ano, pelo que até 31 de Dezembro a obra «tem que estar acabada», salienta o autarca. Álvaro Guerreiro acredita que tudo estará concluído antes do final do ano, mostrando-se «absolutamente crente» de que os prazos vão ser cumpridos. O autarca continua bastante optimista quanto ao sucesso da PLIE, mesmo com o atraso no arranque da estrutura muito atrasada e aguardada com grande expectativa na cidade: «O processo da PLIE tem que ser visto sem dramatismos. Agora, é evidente que se ele já tivesse avançado, nós estaríamos particularmente realizados nas nossas perspectivas, mas também a verdade é que ele não avançou, nem por culpa da Câmara da Guarda, nem por culpa da Sociedade Plataforma Logística», assegura. Assim, apontou baterias para os «dois últimos Governos» que, não obstante terem «sempre afirmado que era um projecto decisivo para o desenvolvimento regional», quando chegou a altura de concretizar financiamentos «não os concretizou», critica. Mesmo aquele que foi concretizado – por parte do Interreg no valor de 3,15 milhões de euros – foi «seriamente diminuído naquilo que foi apresentado na candidatura», sublinha. Desde modo, a sociedade PLIE já está a preparar a segunda candidatura ao Interreg «com vista a completar esse financiamento». Em simultâneo estão a ser feitas «outras diligências», junto do Ministério da Economia, «no sentido de obtermos outros financiamentos».

Tecnopólo, logística e Área de Localização Empresarial

O Plano de Negócios da futura Plataforma Logística de Iniciativa Empresarial da Guarda assenta nesta fase inicial em 32 hectares com construção, divididos por 74 lotes, e um investimento previsto de 13 milhões de euros, suportados em 65 por cento nos programas regionais de Economia. O projecto a instalar na Quinta dos Coviais, próximo da localidade da Gata, a poucos quilómetros da Guarda, já tem “luz verde” da secretaria de Estado do Ordenamento do Território no que toca à desafectação da área necessária da Reserva Ecológica Nacional. O Plano de Pormenor, da autoria do arquitecto Bruno Soares, já está concluído e propõe o loteamento dos primeiros 32 hectares da plataforma, nove dos quais irão destinar-se prioritariamente à implantação de projectos âncora na área logística. Já a sede da sociedade deverá ficar instalada edifício com pavilhão multiusos. No resto, tudo indica que a estrutura accionista deverá ser reformulada, nomeadamente com a entrada de uma entidade financeira e com “know-how” neste sector, para além do interesse já manifestado do Conselho Empresarial do Centro (CEC) e da Associação Portuguesa para o Investimento (API) em aderir ao projecto guardense. Falta ainda acertar o preço dos lotes, sendo que o montante mínimo deverá rondar os 50 euros por metro quadrado, embora a lógica do projecto contemple um custo menor nos casos da área necessária ser maior. A PLIE assenta nas vertentes de tecnopólo, logística, Área de Localização Empresarial (ALE) e serviços de apoio e investigação e desenvolvimento, estimando-se que possa gerar mais de um milhar de postos de trabalho na primeira fase do projecto. É uma sociedade com o capital social de 1,5 milhões de euros, com 11 accionistas: Câmara Municipal, NERGA, Associação de Comércio e Serviços do Distrito da Guarda (ACG), Ecosoros, Gonçalves & Gonçalves, IPE-Investimento e Participações Empresariais, grupo JOALTO, grupo Luís Simões, LUSOSCUT (concessionária da A25 auto-estrada das Beiras Litoral e Alta), Manuel Rodrigues Gouveia e SERVIHOMEM-Prestação de Serviços a Empresas. Vai ocupar uma área de cerca de 100 hectares na Quinta dos Coviais, perto da auto-estrada da Beira Interior (A23) e do caminho de ferro (linhas da Beira Baixa e Beira Alta).

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