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Plano turístico da Serra da Estrela já arrancou

Protocolo assinado em Manteigas na última terça-feira permite a elaboração do estudo da UBI

Está dado o primeiro passo para que a equipa da Universidade da Beira Interior, liderada por Pedro Guedes de Carvalho, docente do Departamento de Gestão e Economia, possa propor estratégias para o desenvolvimento do turismo de forma sustentada e criar uma imagem de marca da Serra da Estrela. O protocolo que permite o plano turístico foi assinado na última terça-feira em Manteigas entre este município, a UBI e as autarquias de Aguiar da Beira e Belmonte, mas envolve ainda a parceria de outros sete concelhos da Acção Integrada de Base Territorial (AIBT) da Serra da Estrela. Associações de desenvolvimento local, operadores e agentes turísticos, investidores e a Região de Turismo da Serra da Estrela são também parceiros-chave para implementar o plano.

Fazer uma matriz de fluxos económicos, o levantamento cartográfico digitalizado da região e o mapa das actividades e património existentes, criar uma rede de relações sociais, elaborar as estratégias de desenvolvimento turístico e o plano operacional de marketing e vídeo promocional, bem como fazer o levantamento do estudo do mercado, são as tarefas a realizar pelos especialistas da UBI nos próximos meses. Mas a primeira acção de visibilidade do plano turístico da Serra da Estrela, que deverá estar pronto no próximo Verão, acontece já em finais de Outubro com uma conferência para a comunicação social. Aliás, estreitar as relações entre a equipa da UBI e a imprensa será uma das prioridades de Pedro Guedes de Carvalho, que pretende desta forma especificar todos os meses os passos que estão a ser desenvolvidos. O objectivo deste trabalho é criar um plano turístico em conjunto para definir o investimento ideal para a promoção de todas as potencialidades da serra e da região. «Há projectos turísticos interessantes» como as rotas turísticas, o campo de golfe ou o esqui, mas que «não estão coordenados, encontrando-se cada um a fazer por si», apontava no ano passado Pedro Guedes de Carvalho, aquando da apresentação do projecto.

«Se cada um estiver a trabalhar sozinho, não podemos vender», reforçava na altura o economista, para quem a própria marca Serra da Estrela é já uma garantia de êxito. E à semelhança do cão, do queijo e da água, que já têm aquela “marca” incorporada, falta agora definir os produtos e os projectos que poderão nascer sob essa designação, bem como criar novos pólos de atracção. As Aldeias Históricas, a natureza, os desportos de Inverno e de Verão ou a gastronomia da região são pontos de partida para um projecto turístico sustentado e regulamentado. O trabalho existe há mais de um ano por iniciativa da AIBT da Serra da Estrela, mas não tinha ido avante por falta de acordo com as Câmaras Municipais. Após Daniel Bessa ter referido no Programa de Recuperação de Áreas Socialmente Deprimidas (PRASD) a necessidade de apostar na marca da Serra da Estrela para potenciar o turismo e, assim, desenvolver a economia da região, a Câmara de Manteigas decidiu pegar outra vez no assunto e convidar a UBI para o coordenar. É que o turismo pode ser mesmo a âncora de salvação para esta zona, social e economicamente deprimida após a crise que atirou para o desemprego milhares de trabalhadores do sector têxtil.

Liliana Correia

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