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Planificar sem perder a esperança

Crónica Política

Foi aprovado na última Assembleia Municipal o Orçamento e as Grandes Opções do Plano do município da Guarda e Serviços Municipalizados para o ano de 2012. De realçar a aprovação de mais uma proposta de empréstimo a curto prazo, até ao montante de 1.900.000€ (um milhão e novecentos mil euros), a somar a tantos outros. De aprovação em aprovação de empréstimos, vemos aumentar o endividamento da autarquia e não assistimos ao aparecimento de propostas concretas de investimento e criação de postos de trabalho.

Ao verificarmos a aprovação das Grandes Opções do Plano e do Orçamento da autarquia para o ano de 2012, em plena época natalícia, muito gostaríamos de ver renascer a esperança para uma cidade, um concelho e uma região deprimida e cheia de incertezas no futuro.

Como escreveu um célebre romanista (Sebastião Cruz in “Tratado de Direito Romano”), «…As palavras gastam-se com uso e prostituem-se com o abuso». A este propósito não basta reclamar para a Guarda o estatuto de centralidade e de capitalidade, tantas vezes repetido apenas no campo semântico. Impõe-se que a Guarda assuma o papel liderante, não permitindo que a errada gestão dos homens continue a contrariar o lugar de destaque emergente da sua própria localização natural, definindo e propondo:

Um plano de infraestruturas ferroviárias com ligação à Plataforma Logística, no momento em que o Presidente da AIP, com indubitável autoridade no sector, reconhece a localização estratégica desta estrutura, apenas se impondo uma gestão profissionalizada para a mesma (é de louvar a atitude do autarca da Covilhã, reclamando a modernização da linha da Beira Baixa entre a Guarda e Castelo Branco). Preocupa-nos a este respeito a passividade dos responsáveis autárquicos da Guarda;

Um plano REALISTA para os investimentos económicos;

Um plano e um caderno reivindicativo em relação à reorganização administrativa do concelho;

Um plano para a racionalização dos meios financeiros;

Um plano para a revalorização e otimização dos profissionais que constituem o Quadro de Pessoal da autarquia;

Um plano de revalorização da Guarda, enquanto cidade de saúde;

Um plano para a recuperação urbana e conclusão da rede viária definida e não concretizada, como sucede com a conclusão do anel viário da VICEG;

Com os exemplos acabados de anunciar, queremos deixar claro que a Guarda necessita de estratégia na planificação e ação e trabalho na respetiva concretização. Com efeito, a execução da gestão autárquica não conseguiu cumprir os objetivos definidos no Plano Estratégico datado de 1995, nem definir, em cada momento, as grandes linhas de ação que se impunham na prossecução do desenvolvimento concelhio.

Com a aprovação deste Orçamento e das Grandes Opções do Plano, não se deteta qualquer sinal para a inversão da tendência que tem sido seguida, antes se acentuando a ausência de uma estratégia assertiva para fazer renascer a esperança no futuro.

Um bom ano 2012.

Por: Manuel Rodrigues

* Presidente da concelhia da Guarda do PSD

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