Dois homens e duas mulheres foram detidos em Sintra e Oeiras pela Polícia Judiciária (PJ) da Guarda na semana passada por suspeita de integrarem uma associação criminosa para a prática de crimes de insolvência dolosa.
O Departamento de Investigação Criminal adianta, em comunicado, que os detidos, com idades compreendidas entre os 32 e 69 anos, são suspeitos da transferência simulada da propriedade de várias empresas, «com intenção de prejudicar os respetivos credores». As detenções ocorreram durante a realização de oito buscas domiciliárias. Segundo a PJ, os detidos, um empresário reformado, um vendedor de automóveis, uma secretária comercial e uma desenhadora de construção civil são suspeitos de transferir a propriedade de várias empresas, «algumas das quais entretanto declaradas insolventes, para a titularidade de um terceiro, de muito baixa condição socioeconómica, que, astuciosamente e a troco de reduzidas compensações financeiras, era aliciado para aquele efeito». Fonte da Judiciária acrescentou que sede das empresas em causa «era na zona da Grande Lisboa, mas foi transferida para um indivíduo da Covilhã».
Nas buscas, os inspetores apreenderam vária documentação «pertinente», três armas do tipo “taser”, uma baioneta e 40 munições de calibre ponto 22. A PJ revelou ainda que dois dos detidos terão «arrogado a qualidade de advogados, sem que, na verdade, possuíssem os respetivos títulos». Os quatro suspeitos foram presentes ao Tribunal de Castelo Branco para primeiro interrogatório e eventual submissão a adequadas medidas de coação, tendo o homem residente na Covilhã ficado em liberdade porque, alegadamente, também terá sido enganado pelo grupo.