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Pista Medicalizada passa despercebida na Guarda

Frequentadores do Parque Urbano do Rio Diz entendem que devia haver mais publicidade ao novo equipamento

A primeira Pista Medicalizada do país funciona há quase dois meses na cidade da Guarda, mas a sua existência passa despercebida aos olhos dos frequentadores do Parque Urbano do Rio Diz, espaço que acolhe o novo equipamento.

Situada na zona do iglódromo, esta valência foi idealizada pelo cirurgião cardiovascular António Lúcio Baptista e permite aos praticantes de desporto – e público em geral – a monitorização da sua condição física. Além de um Centro Medicalizado, onde se pode medir a tensão, o peso, o perímetro abdominal ou a oxigenação capilar, existe ainda um percurso pedestre de um quilómetro, com diferentes placas indicadoras para ajudar os utilizadores a fazerem a avaliação da sua própria saúde.

A pista foi inaugurada no dia 16 de maio, mas ainda há quem passeie pelo Parque sem saber da sua existência. É o caso de André Mateus, um jovem que costuma frequentar um dos espaços mais verdes da cidade, sobretudo para «estar com os amigos». A primeira placa que “anuncia” o novo equipamento está instalada um pouco antes do iglódromo, mas não parece ser suficiente para chamar a atenção. «Nunca tinha ouvido falar nisso e também não vi nenhuma sinalização», admite o jovem, acrescentando que talvez fosse uma boa ideia «fazer mais publicidade». «Estamos no “fundo” da cidade e além disso esta é a parte menos utilizada do Parque, deviam sinalizar ali junto ao café também», propõe ainda.

Já Ricardo Simão, outro utilizador assíduo, diz que ruma ao Parque Urbano quase todos os dias para praticar desporto. Mas da existência do novo espaço, nada sabia. «Desconhecia completamente», acaba mesmo por admitir. Ainda sem ter visitado o Centro Medicalizado ou a pista, confessa que o conceito pode trazer mais-valias. «As pessoas vêm até cá para praticar algumas modalidades e assim conseguem manter-se em boa forma e controlar a sua saúde, não abusando do próprio exercício físico», considera o jovem.

O serviço disponibilizado é gratuito e, de acordo com o técnico que trabalha todos os dias no centro, a iniciativa está a ter «sucesso», uma visão que contrasta com a realidade encontrada no Parque. «Temos uma média de 30 a 40 utilizadores por dia», refere Acelino Almeida, acrescentando que «que toda a gente fica satisfeita», nomeadamente porque «os aparelhos são muito fáceis de utilizar». Além disso, revela ainda que a plataforma vibratória, também disponível no espaço, é um dos equipamentos com mais procura, havendo até «uma espécie de lista de espera» para coordenar a sua utilização. O centro possui ainda um dos “instrumentos” mais importantes para salvar vidas, mas também dos mais raros no distrito: um desfibrilhador. Apesar da nova valência passar despercebida aos frequentadores do Parque, o técnico afirma que «há muita gente a utilizar o espaço» e a autarquia equaciona, por isso, estender o horário de funcionamento, nos meses de verão. «Em princípio vamos abrir também durante a manhã», revela.

Tem apenas cerca de um mês e meio de vida, mas o seu modo de funcionamento já foi alvo de críticas na última reunião da Assembleia Municipal da Guarda, quando o líder da bancada social-democrata questionou o presidente da autarquia sobre o centro que havia sido apresentado como algo inovador e avançado, mas que afinal apenas possui «aparelhos que existem em qualquer Centro de Saúde».

Catarina Pinto Pista Medicalizada é a primeira do país e foi inaugurada no dia 16 de maio

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