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Pinto reivindica obras «fulcrais» para o progresso da região

Apesar do «centralismo ridículo» de Portugal, autarca covilhanense avisa Governo que não abdicará do aeroporto, da aldeia de montanha ou do IC6

A criação de «infra-estruturas fulcrais para o progresso», como as acessibilidades, o ParkUrbis, o Centro de Artes, a conclusão da Aldeia de Montanha ou a criação do Aeroporto Regional da Covilhã, são a aposta de Carlos Pinto para continuar a desenvolver a Covilhã até ao final do mandato em 2005. No entanto, o edil considera ser necessário «minimizar as consequências do centralismo ridículo em que vive Portugal».

No discurso evocativo do Dia da Cidade, proferido na última segunda-feira, o autarca condenou os «gestos de centralismo» que têm condenado os municípios a viverem «num colete-de-forças». «É de Lisboa que aguardamos a construção das barragens da Covilhã, que nos dizem onde passa a auto-estrada ou quantos metros da Reserva Ecológica podemos invadir», critica, lamentando a ausência de intervenção de Jorge Sampaio. «Onde está o Presidente da República para dizer que estamos a ir longe demais», questionou, lembrando que será preciso ultrapassar «imensas dificuldades» criadas pelo Governo de Lisboa para levar a cabo as grandes obras de desenvolvimento do concelho. Apesar de estar bastante satisfeito com a homologação do ParkUrbis – Parque de Ciência e Tecnologia da Covilhã – na semana passada com 1,5 milhões de euros para a construção do núcleo central, que será um «campo adequado» à investigação e desenvolvimento de novos projectos, o presidente da Câmara da Covilhã exigiu ainda o lançamento no próximo ano do troço Covilhã-Unhais da Serra do IC6 com um perfil de quatro vias até Coimbra. «Seria muito mau que o Governo fizesse uma estrada com médias de 80 km/hora para 30 ou 40 anos, quando hoje se circula a 120», adiantou, sem esquecer a «necessidade» dos túneis da Serra. «Os autarcas da região não devem deixar cair as acessibilidades através dos túneis da Serra», disse.

Aeroporto Regional da Covilhã reclamado

A periférica à Covilhã é outro dos grandes “trunfos” do social-democrata, cujo anteprojecto será entregue no final desta semana. Trata-se de uma via desejada no concelho há muitos anos e que tem como objectivo principal retirar o trânsito do centro da cidade. A obra custará 30 milhões de euros e contornará toda a cidade, desde o Parque Industrial do Canhoso, passando por Cantar Galo, Bairro da Biquinha, onde deverá ser construído um túnel, para terminar no Bairro de Santo António. O Aeroporto Regional da Covilhã, projecto desejado há vários anos mas sem apoio económico até agora, é outra exigência de que Carlos Pinto não abdicará. «Esta parte do país precisa de um aeroporto à nossa dimensão, sem estarmos a construir “elefantes brancos”», reclamou, aludindo aos aeroportos da Ota, Sá Carneiro e Faro.

Grande impulsionador desta infraestrutura, Carlos Pinto tem vindo a proclamar a importância desta ligação aérea para o resto do país e para o exterior, para que a Covilhã e a região se possam desenvolver não só com investimentos empresariais, mas também no turismo. Adiantou, por isso, que a autarquia irá procurar parceiros privados, pois a Câmara «não tem capacidade para gerir aeroportos». Este projecto envolve um investimento de cerca 30 milhões de euros e prevê uma área de extensão de 200 hectares, uma pista de dois quilómetros de comprimento e dois hangares destinados à engenharia Aeronáutica da Universidade da Beira Interior (UBI). Mas também a ampliação da aerogare, voos circulares, serviços de abastecimento, edifício de controlo de meteorologia, edifício de bombeiros, um heliporto e ainda uma torre de controlo. É claro que as actividades lúdicas também estão contempladas no projecto, pelo que a actual pista do aeródromo será exclusivamente reservada à diversão e lazer.

Liliana Correia

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