À espera de um papel mais importante na vida do concelho, as antigas instalações da Rohde acolheram a 14ª Feira das Tradições e Actividades Económicas de Pinhel. Com as preocupações ambientais a serem cada vez mais substituídas pela crise, a autarquia local preferiu manter o tema na ordem do dia e dedicar esta edição às energias renováveis.
«Se pensarmos que o vento e a água já fizeram mover muitos moinhos, também podem agora criar riqueza e bem-estar», afirmou António Ruas, presidente da Câmara, citando ainda os exemplos do biodiesel e do sol. Um tema para provar que a Feira das Tradições «não é só feita de memória e nostalgia, muito pelo contrário», referiu o edil. Ainda assim, o cariz tradicional é mesmo a maior marca do evento: «Ano após ano, tentamos trazer os detentores de um conhecimento único na manufactura de produtos tradicionais que fazem a delícia de quem nos visita». Nas antigas instalações fabris encontraram-se dezenas de expositores, entre artesãos, associações, Juntas de Freguesia e agentes económicos. Deolinda e Just Girls encabeçaram o cartaz de animação, que incluiu ainda vários grupos locais até domingo.
Este ano, António Ruas espera que a feira tenha contribuído para «uma maior reflexão sobre os recursos existentes no território onde vivemos», sobretudo porque «podem e devem ser vistos como uma mais-valia e uma oportunidade capazes de criar riqueza e potenciar o desenvolvimento». Já a Governadora Civil lembrou que, em 2008, os artesãos pinhelenses reclamaram contra o excesso de zelo da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE). Volvido um ano, Maria do Carmo Borges recordou-lhes que tinha sido criado o grupo de trabalho dedicado aos Pequenos Produtores e aos Produtos Tradicionais na Comissão Parlamentar de Assuntos Económicos, Inovação e Desenvolvimento Regional. Contudo, esqueceu-se de dizer que o dito funcionou menos de um mês e reuniu por 14 vezes.
