Peter Hammil, Aranis, Caravan, BASta! e Three Friends são os nomes sonantes da nona edição do Gouveia Art Rok, o único festival dedicado em Portugal à música progressiva. Os concertos realizam-se no Teatro-Cine da “cidade jardim” no fim-de-semana.
O britânico Peter Hammil é, sem dúvida, a figura de destaque do evento. Neste regresso a Gouveia, o líder dos míticos Van der Graaf Generator atua a solo no segundo dia, no último concerto do cartaz deste ano. Com créditos firmados entre os apreciadores deste género musical, o Gouveia Art Rock começa no sábado à tarde com os neoclássicos belgas Aranis, uma formação que reúne flauta, contrabaixo, acordeão, piano, violino e guitarra. Seguem-se os projetos vanguardistas da multi-instrumentista suiço-canadiana Shirley Hofmann e dos finlandeses Alamaailman Vasarat. O primeiro concerto da noite cabe ao projeto a solo de Joris Vanvinckenroye (Bélgica), intitulado BASta!. Trata-se de pequenas e variadas peças instrumentais, em que o contrabaixista explora as possibilidades tímbricas, rítmicas e melódicas deste instrumento por camadas sonoras. O primeiro dia termina com a grande festa dos Caravan (Inglaterra), cuja música é uma síntese original entre o psicadelismo dos anos 60 e o jazz europeu, com uma progressão de acordes, poliritmia e invenção melódica muito próprias.
No domingo, o festival começa com os italianos Yugen, um grupo de rock de câmara com afinidades com a estética Rock-in-Opposition e influências de Bartok, Gentle Giant, Satie, Stravinsky e King Crimson. Os Three Friends, grupo fundado por Gary Green e Malcom Mortimore (ambos ex-Gentle Giant), é a banda que se segue no palco do Teatro-Cine. Cabe ao mestre Peter Hammil fechar este Gouveia Art Rock. Será a terceira vez que este ícone do progressivo e da música urbana, que conta já com mais de 40 álbuns, vai pisar o palco do Teatro-Cine, onde se apresentou a solo em 2006. Regressou dois anos depois com os Van der Graff Generator, grupo marcante da história do rock sinfónico dos anos 70. «Música com palavras, ou palavras com música, a arte de Peter Hammill é intemporal, mantendo hoje os seus primeiros álbuns a frescura de quando foram gravados há mais de três décadas», adianta a organização. Mais uma noite inesquecível em perspetiva.
O festival inclui ainda uma exposição, uma feira do disco e memorablia, além de um debate temático no domingo. A organização é da empresa municipal Desporto, Lazer e Cultura de Gouveia (DLCG), com o apoio da autarquia.
