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Sporting Covilhã dá luta contra o Vitória de Setúbal, mas acaba derrotado pela margem mínima

Estranha equipa a do Sporting da Covilhã. Último lugar na tabela, pior defesa do campeonato, plantel curto e com poucas soluções, mas com um espírito de luta incrível, levando sempre tudo até aos limites. No final do encontro de domingo, muitos jornalistas perguntavam como era possível que a equipa que tinha dado “água pelas barbas” ao Setúbal fosse o “lanterna vermelha” da II Liga.

É estranho, mas corresponde a um campeonato que começou muito torto, com os serranos a terem sempre demasiada desvantagem para os adversários directos. É pena, porque o Covilhã, durante muitos períodos do jogo contra o Setúbal, pareceu ser a equipa que lutava por subir à Superliga. Mas acabou por ser uma derrota de uma formação que está a anos-luz do Setúbal em termos de investimento e que tenta lutar até onde as forças existem. Isso ficou provado na primeira meia-hora serrana, em que o Setúbal não conseguiu pegar no jogo. Do outro lado, o meio-campo covilhanense, sob a batuta de Rui Andrade, dominou e marcou à passagem do minuto 16. Um remate do meio da rua de Rui Andrade, a que o guardião sadino nada pôde fazer. Carlos Carvalhal sentiu o toque e lançou Manuel do Carmo para, a partir dos 31’, o Setúbal pegar definitivamente no jogo. Depois de duas chances desperdiçadas, os visitantes foram bafejados pela sorte, já que Rui Morais marcou na própria baliza. Um golo surgido numa altura em que o Covilhã teve muitos espaços e pouca calma para os aproveitar.

No segundo período, o Setúbal dominou mais e com a entrada do possante avançado Pascal, esse domínio acentuou-se. Mas a melhor oportunidade foi mesmo dos “Leões da Serra”, só que Rui Morais demorou uma eternidade para rematar. O golo que descansou o Bonfim apareceu logo depois, com Zé Pedro a rematar cruzado para o fundo das redes. Um golo precedido de falta clara sobre Oseias, num lance onde o pormenor da infracção não ter sido assinalada resultou na derrota do Covilhã, que teve assim um castigo imerecido. O Setúbal dominou até ao fim, face à quebra física dos serranos. De realçar nesta partida a estreia de Nuno Coelho a titular no Covilhã, um jovem com apenas 16 anos. No final, João Cavaleiro afirmou que o Sporting fez um jogo «sério» e criou «muitas dificuldades», mas que faltaram mais «opções» no banco. Já Bruno Ribeiro, jogador sadino, considerou a vitória «justa», num encontro onde Covilhã mostrou «muita dignidade».

Francisco Carvalho/Rádio da Covilhã

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