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Pequenos partidos defendem regresso à agricultura

Guardenses podem optar entre 14 forças políticas nas eleições de domingo e O INTERIOR foi conhecer as ideias dos partidos com menor expressão

São vozes distintas que se erguem para lançar ideias sobre o distrito. Divergem em muitos aspetos, mas unem-se pelo menos num ponto: todos defendem a dinamização da agricultura, dos produtos regionais e das empresas da região, além de se mostrarem contra a introdução de portagens nas SCUT da Beira Interior. Os candidatos dos pequenos partidos pelo círculo da Guarda à Assembleia da República acreditam que este é o momento em que os portugueses podem deixar de “saltitar” entre PS e PSD e apostar num «voto alternativo».

«Defendo a indústria do granito»

Adelino Fonseca Ferreira é o candidato pelo Movimento Partido da Terra (MPT) e a maior intervenção que defende para o distrito é o regresso à agricultura com a utilização da pastorícia. A aposta na indústria dos granitos é outra das suas bandeiras: «Sendo uma região rica em granito, se houver mercado para isso, é importante desenvolver indústria nesta área», defende, sublinhando que o país tem de cortar na importação e «começar a produzir cá». Para Adelino Fonseca Ferreira, «o país chegou a este ponto porque se privilegiaram os serviços e a construção civil em vez de se apostar em atividades produtivas». O candidato critica ainda a falta de planeamento no desenvolvimento urbano das cidades da região. E vai mais longe, acusando os executivos municipais de nem sempre cumprirem o Plano Diretor Municipal. «Só fazem prédios, constroem de forma desordenada, tem de se respeitar os PDM’s, o que não tem acontecido em vários concelhos», garante.

«Introdução de portagens é uma catástrofe na região»

Leopoldo Mesquita é o cabeça-de-lista do Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses (PCTP-MRPP) pelo círculo da Guarda. A muito provável introdução de portagens nas SCUT da Beira Interior é uma medida com a qual não concorda e o candidato arrisca mesmo dizer que será «uma catástrofe» para a região. «Portajar autoestradas e aumentar o IVA são medidas catastróficas, especialmente por estarmos perto de Espanha», considera. Para resolver a crise que impera, Leopoldo Mesquita defende medidas de apoio às atividades económicas e de fomento do emprego. Em campanha na rua, encontra «o desencanto» das pessoas e «uma grande revolta» face à situação atual do país. «Mesmo que não se saiba como se vai construir a alternativa, é preciso uma rejeição firme do caminho que o país tem tomado até agora», defende.

«Deve haver incentivo à natalidade»

Carlos Varandas concorre à Assembleia da República nas listas do Movimento Portugal Pró-Vida. O incremento da taxa de natalidade é uma das medidas que defende para todo o território e também para o interior do país, juntamente com «incentivos às famílias numerosas». O candidato critica a legalização do aborto e refere que a solução passa por incentivar a natalidade, para que existam «mais escolas a crescer» e «se resolva a crise na Segurança Social». Carlos Varandas afirma que uma das prioridades para o distrito passa por «não se colocarem portagens na A23 e A25».

«Defendemos a regionalização»

Pedro Boa-Nova é natural do Porto, mas tem raízes familiares na Guarda. Candidato pelo Partido Democrático do Atlântico (PDA), defende «a autonomia» das regiões. «A regionalização é a única forma de desconcentrar e repartir, quer as competências quer os cargos públicos, por todo o território», considera. Com o ambiente de crise que o país vive, Pedro Boa-Nova acredita que muitas pessoas vão optar por deixar as grandes cidades e rumar às localidades mais pequenas. «Muita gente vai deixar os grandes centros, porque há falta de emprego e vai encontrar no interior uma vida com menos custos para poderem lançar-se em novas oportunidades», adianta. Nesse sentido, o candidato a deputado diz que é imperativo «o apoio às autarquias» desta região, cedendo-se meios financeiros para «a proteção e divulgação dos produtos regionais e desenvolvimento de um turismo ligado à natureza».

«Daremos prioridade às políticas públicas»

Miguel Oliveira concorre pelo partido Movimento Esperança Portugal (MEP). Acreditando que a população guardense «sofre os custos da interioridade», o candidato garante que a sua intenção, caso seja eleito, é dar prioridade ao apoio às famílias. «Acreditamos ser imperioso a implementação de medidas urgentes, nomeadamente no âmbito do emprego, do endividamento das famílias, saúde, educação», entre outros, refere. Dar a garantia de acesso a um médico de família a toda a comunidade, investir no ensino pré-escolar, garantindo cobertura de 100 por cento dos custos, e a implementação do processo de regionalização são outras das ideias que defende. O candidato apela ainda a que haja pelo menos «uma discriminação positiva» no acesso às SCUT A23 e A25.

«Deve-se fortalecer o aparelho policial»

Pelo Partido Nacional Renovador (PNR) concorre Celso Carvalhana, que defende desde já um reforço do policiamento na Guarda devido à recente vaga de assaltos. «Defendemos o desenvolvimento de uma rede de vigilância passiva por parte da comunidade, em interação com as forças policiais, para que a segurança seja garantida», explica o candidato. «O património histórico da Guarda, intrinsecamente ligado a este tesouro material e imaterial que é o folclore, deverá também ser objeto de estudo e preservação por parte do Estado», acrescenta. A «revitalização» da cidade e da região é outro dos objetivos do PNR, para pôr «travão ao despovoamento do interior», com vista «à dinamização do seu tecido produtivo».

Catarina Pinto

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