P – Que balanço pode fazer deste primeiro mês de actividade da Loja Social de São Miguel?
R – O balanço é positivo. Até ao momento já ajudámos 24 famílias e esperamos ajudar muitas mais no futuro. De resto, estou agradavelmente surpreendida com a adesão das pessoas a uma “modalidade” promovida por este espaço, que é a permuta. Ou seja, qualquer pessoa pode vir à loja e trazer um artigo que já não queira, trocando-o por outro que precise. No início pensei que não fosse acontecer com facilidade e já tivemos duas pessoas que vieram para trocar bens.
P – Que tipo de pessoas vêm pedir ajuda?
R – Temos visto que não vêm ter connosco só as pessoas que usufruem do Rendimento Social de Inserção como se pensava, mas também pessoas que estão a trabalhar, que têm ordenados baixos e ficaram sem abonos de família. São estas pessoas que têm recorrido à Loja Social de São Miguel para recolher roupa, principalmente.
P – A procura tem sido maior que a oferta?
R – Há muita procura, mas felizmente também temos tido muitas ofertas. De há 15 dias para cá que a população está a corresponder ao nosso apelo.
P – E o que é o cidadão comum pode fazer para contribuir para este projecto?
R – Qualquer pessoa se pode dirigir à Loja Social às segundas e quintas, ou à Junta de Freguesia de São Miguel, onde há sempre alguém para receber os bens, que passam por roupa, calçado, brinquedos, loiças, talheres, copos, livros escolares e bens alimentares. Posteriormente, é feita uma triagem de tudo o que nos chega, assim como também seleccionamos as pessoas às quais vamos dar os bens. As pessoas chegam, fazem uma ficha, trazem os seus papéis do Rendimento Social de Inserção ou do seu ordenado e, mediante uma análise cuidadosa da situação do agregado familiar, passados dois dias é que vêm receber os bens a que têm direito, consoante as necessidades financeiras.
P – Que principais carências tem sentido ao longo deste primeiro mês?
R – As pessoas têm pedido muito alimentos e roupas quentes, como cobertores ou edredons, e roupa de criança.
P – Sente que há muita carência na Guarda?
R – Sim. Pensava que ia encontrar pessoas do Rendimento Social de Inserção, mas afinal não são as únicas. Há muitas pessoas nessas condições que, aliás, já estão referenciadas, mas infelizmente temos visto que há muita gente com ordenados baixos que têm recorrido aos nosso serviços.
P – Que projectos estão previstos a curto prazo para a Loja Social de São Miguel?
R – Futuramente queremos uma loja maior, porque o espaço está a ficar pequeno e temos bens que podiam estar aqui expostos para conhecimento das pessoas, mas não conseguimos. Estamos também a pensar desenvolver o voluntariado, nomeadamente com as pessoas que vêm cá buscar coisas e que estão no desemprego. Elas podiam contribuir com o seu trabalho, ajudando-nos e encontrando uma forma de estarem ocupadas e de se sentirem socialmente úteis.