Arquivo

Peças para adultos e crianças no Festival de Teatro da Covilhã

Seis espectáculos no palco do Teatro das Beiras até quarta-feira

“As Desventuras de Isabella”, de Flamino Scalla, é a peça que Filipe Crawford traz hoje à noite ao palco do Teatro das Beiras no âmbito do Festival de Teatro da Covilhã. O espectáculo é inspirado na Commedia dell’Arte de uma das 50 “cavenas” de Flamino Scalla e propõe uma reflexão sobre a condição do actor e o fascínio daquela técnica teatral renascentista. A exuberância das máscaras e os figurinos típicos desta época aliam-se à pantomima, à esgrima e à acrobacia. Como em qualquer espectáculo de Commedia dell’Arte, as “Desventuras de Isabella” recorre à ironia, a situações cómicas destinadas a provocar o riso e à improvisação para tratar temas como a intriga e o amor.

Encenada e adaptada por Filipe Crawford, a peça conta com a concepção de máscaras de Nuno Pino Custódio e interpretação de Anabela Mira, Andreas Piper, Carlos Pereira, Diana Costa e Silva, Guilherme Noronha e Margarida Miranda. Amanhã é a vez de Pompeu José e Miguel Torres representarem “Olá Classe Média”, uma crítica satírica ao poder da televisão nos dias que correm. O espectáculo, da autoria do Trigo Limpo – Teatro ACERT, é extremamente irónico e tem como base excertos de textos de Millôr Fernandes, João de Sousa Monteiro e de uma entrevista a Samuel Cohen. “O Fim do Princípio”, de Sean O’Casey, é a proposta do Teatro da Rainha para a noite de sábado. Companhia habitual no Festival de Teatro covilhanense, este grupo regressa este ano com uma produção burlesca encenada por Fernando Mora Ramos e interpretada por Isabel Lopes, José Carlos Faria e Victor Santos. Três actores que serão os protagonistas de um conjunto de situações cómicas num enredo de troca de papéis sociais: a mulher vai trabalhar para o campo e o homem encarrega-se das tarefas domésticas. A noite é ainda animada pela música tradicional europeia dos “Salamander”.

Depois de “Histórias que tu me contaste que te conto eu”, os espectáculos para a infância (11h e às 14h30) regressam ao palco do Teatro das Beiras na segunda-feira com “Zorbas e a Gaivota”. O Nariz – Teatro de Grupo vai contar aos mais novos a história encantadora do gato Zorbas que se encarregará de criar uma pequena gaivota. O conto de Luís Sepúlveda é interpretado por Luís Carvalho, Pedro Alpiarça, Vitória Condeço e Pedro Oliveira, a quem cabe a encenação. No dia seguinte é a vez dos Jangada Teatro apresentarem “O Espelho”, um conto de Sophia de Mello Breyner Andresen que fala do amor e da amizade. A peça centra-se na história de um casal com uma filha e é encenada por Manuel Costa Dias (do grupo Trulé) e interpretação de Luís Oliveira, Patrícia Ferreira, Xico Alves e Manuela Paulo, um elenco enriquecido pelas marionetas de Manuel Costa Dias, especialista nesta arte de expressão. Na quarta-feira, o Teatro Regional da Serra do Montemuro estreia a “Frágua das Fábulas”, uma fábula das montanhas escrita por Peter Cann e Steve Jonhstone. Encenada por Rita Azevedo e interpretada por Abel Duarte, Eduardo Correia, Daniela Vieitas e Paulo Duarte, este espectáculo de teatro infantil resulta ainda de um trabalho colectivo da companhia, que se inspirou em contos de La Fontaine, Miguel Torga, Óscar Wilde e Rudyard Kipling, entre outros, para criar um mundo de personagens sugeridas por animais em vias de extinção. Para além de entreter, esta peça pretende ainda fazer reflectir crianças e adultos sobre a sobrevivência destas espécies e a protecção do meio ambiente.

Liliana Correia

Sobre o autor

Leave a Reply