Os governos socialistas que temos tido em Portugal têm a sina de ao chegar ao final da legislatura sobrevirem no país situações próximas de uma crise social pintalgada com níveis exagerados de desemprego, salários em atraso, fome encapotada e bloqueios institucionais. Um leve exercício de história levará o caro leitor a situar cada uma das situações no tempo dos governos socialistas.
O actual não foge a essa regra. À falta de melhor voltamos a ter anúncios e intenções que quase nos são apresentadas como obra já feita.
É verdade que serve a estratégia mediática e o grave é que os dirigentes locais socialistas acreditam, supondo, nessa crença, também embolsarem a população e os cidadãos deste distrito.
Por cá continuamos a assistir a claros problemas na actividade produtiva, encerramento de empresas ou diminuição de postos de trabalho. É algo que vai depauperando os horizontes inspiradores que nos prometeram vezes sem conta.
Não é verdade que antes, nos governos do PSD, fechar uma empresa correspondia a um PS na rua a apelidar de nomes ruidosos os governantes. Pois é, parece que as empresas também não gostam do PS…
Entretanto na componente do investimento público, esse de clara responsabilidade do governo central e local, assistimos, nesta legislatura, à maior “decapitação” de serviços públicos aqui sedeados.
Ao encerramento de serviços acrescentamos a reestruturação de outros serviços que invariavelmente se traduziu numa perda do poder de decisão dos responsáveis locais.
Imagine, caro leitor, um cidadão, uma família que até propenda a deslocar-se para as nossas paragens e outra família que pondera o movimento inverso. O que acontecerá, neste panorama aos dois agregados familiares?!
Por cá precisamos de mais gente mas também temos de evitar a saída de mais cidadãos seja para a emigração ou para o litoral.
Será que a nova luz que resplandece no reino arrosado, ou melhor o novo funcionário feito e eleito do PS que tão arrogante e trauliteiramente trata os seus e os outros tem noção do que é a vida de milhares e milhares de cidadãos do distrito? Será que acredita que todos estão à “manjedoura” do poder!?
Mais, pelo nosso burgo, começamos a assistir ao “dejá vu”, de quatro em quatro anos, implode postiçamente na sociedade um misto de pena e uma vontade de branquear umas e outras situações de modo a esconder ou justificar os erros e a enaltecer o que se fez no concelho, sede de distrito.
Já o disse noutras oportunidades os horizontes estão mais curtos seja por falta de estratégia por falta de liderança ou mesmo pela dedicação necessária a esta causa que é o governo municipal.
Diria mesmo que nem foi preciso a oposição fazer grande brado, os cidadãos mais próximos da “vida pública” anotam esse desnorte e escasseiam as desculpas habituais de lidarem com governos centrais de outra cor partidária. A confusão surge de dentro veiculada pelos órgãos de comunicação social e algumas posições públicas dos partidos da oposição.
Mas os guardenses já ficaram a saber também por um dos canais radiofónicos que a grande ambição (??) dos socialistas guardenses é que o município continue a ser Património do PS! Isso mesmo, caro leitor, somos património dos dirigentes socialistas, eis o que é dito e vivido por quem nos governa. Ouvi, sorri e percebi o porquê do hiato democrático que teima em persistir e fazer esboroar a melhoria e a qualificação da urbanidade da Guarda.
Autisticamente comprazem-se pelas parcas benesses – esmolas no discurso socrático – recebidas e vão-se esquecendo também que o novo QREN poucas mais valias efectivas vai trazer face à verdadeira necessidade identificada. Pelo que já me fui apercebendo o formato do QREN vai tolher e, em muito, o que ambicionamos.
Uma nota final para o inefável governador do Banco de Portugal. Para ele a nossa compreensão e misericórdia ilimitada.
Realmente com mil funcionários, condições, vá lá, minimamente razoáveis de cariz remuneratórias e não se deu conta do que se passava ali mesmo ao lado…
Falta seguramente àquela instituição o famigerado e deprimente processo de avaliação docente. Mais, a própria equipa ministerial podia ali sob os olhares vigilantes dos senhores adjuntos aplicar “in loco” o modelo e ali mesmo verificar a sua extraordinária bondade equiparada a um filme de Charlie Chaplin. Cuide-se senhor governador…
Nota Final
Ao fim de 21 meses de campanha eleitoral (??) Barack Obama ganha merecidamente as eleições presidenciais americanas. Um rotundo sucesso dos democratas americanos e uma extraordinária lição para o mundo.
Também aqui uma palavra de estima considerável para John Mcain, o candidato não ganhador. Os discursos finais exibiram uma sobriedade que me deixaram emocionado na medida em que é o valor da liberdade de escolha, o respeito pelo outro que sobressaem da normal contenda democrática.
Que pena tenho de no meu percurso escolar poucas ou nenhumas vezes me terem sido presentes elementos da vivência americana a par das toneladas de escritos, sempre diversos sim, mas também demasiadamente orientados numa lógica esquerdizante e cinzenta da vida.
Por: João Prata *
* Presidente da concelhia da Guarda do PSD