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PCP insinua que Governo PS «adiou» despedimentos para depois das eleições

União dos Sindicatos da Guarda já fala na possibilidade do «hipotético encerramento da Delphi a curto prazo» na Guarda

Os despedimentos na Delphi constituem «um verdadeiro desastre social» para a cidade e para toda a região, alerta o PCP.

Em comunicado, a Direcção da Organização Regional da Guarda (DORG) do Partido Comunista interroga-se «por que razão foi possível, nesta como noutras empresas do país, suster os despedimentos no período eleitoral e que logo a seguir se assista a uma grande vaga de despedimentos». E contrapõe: «Se houve tal capacidade porque razão o Governo PS não utiliza idênticos meios para encontrar soluções para impedir estes desastres económicos e sociais?», lê-se no documento. Para o PCP, «é evidente que falta vontade política ao Governo para defender o aparelho produtivo e os postos de trabalho», alegando que, em contrapartida, «quando estão em causa interesses partidários, como neste ciclo eleitoral, o PS sempre soube utilizar formas de adiar o rebentamento de problemas políticos e sociais nestes períodos».

Os comunistas constatam, por outro lado, que passados dois anos, «e depois de muitas promessas feitas, pelo Governo, pela Governadora Civil e pelo Presidente da Câmara da Guarda, nenhuns passos foram dados para evitar os despedimentos ou para criar alternativas de emprego». Entretanto, a União dos Sindicatos da Guarda (USG) veio exigir do Governo e da administração da Delphi a aplicação de «um plano integrado de desenvolvimento» para evitar o despedimento de 500 operários. «A nossa grande preocupação é evitar os despedimentos e, sobretudo, a possibilidade do hipotético encerramento da Delphi a curto prazo. Será que o grupo Delphi não tem uma perspectiva de deslocalização da própria empresa da Guarda?», questionou Honorato Robalo, que se mostra preocupado com o futuro da fábrica, propondo mesmo a sua reconversão, aproveitando os financiamentos do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).

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