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Paz

Agora Digo Eu

É nesta época do ano que mais se fala de PAZ. PAZ na humanidade. PAZ entre os homens.

Só que esta palavrinha mágica, com apenas três letras, serve, tantas vezes, para fomentar a guerra e utiliza-se em nome dos estados, em nome das culturas, em nome de Deus.

Os homens querem nascer em PAZ. Viver. Apaixonar-se. Reproduzirem-se, fora de ódios e conflitos. Há só uma terra, esta onde vivemos, onde a fome, a doença, as guerras e os interesses semeiam a morte entre pessoas. E a pergunta coloca-se:

O que podemos fazer pela PAZ neste Natal de 2013?

A resposta será sempre cheia de palavras líricas, melodramáticas e delicodoces, com uma carga ideológica de boas intenções. Só que cada um tem as suas reservas, a sua amargura, a sua história para contar. O leitor já deu conta que no curto momento em que lê esta crónica morrem cinco crianças vítimas de fome. Que o petróleo, as armas, a indústria farmacêutica, o tráfico de droga continuam a movimentar os seus milhares de milhões e são os principais responsáveis por toda a crise existente. Que os grandes e poderosos fomentam conflitos entre povos sujeitos a situações de pobreza, explorando de forma ordinária os sentimentos básicos, adicionando a mistura explosiva do ódio, inveja, desconfiança, racismo, numa visível contestação à sua própria cultura.

Cabe-me a mim, a si, às igrejas, aos governos, às organizações, às ONG’s o papel de inverter a situação caótica que vivemos, ao defendermos, todos juntos, uma sociedade pluralista, multicultural, que não prive as pessoas da sua identidade, ao aceitar que nesta cooperação esteja sempre presente uma precisa perceção de igualdade, de justiça, de PAZ. Se assim não for, por mais crentes, despertos e interessados nunca conseguiremos melhorar a vida na terra. Tenho perfeita consciência que colocar estes princípios em execução é extremamente difícil, pois a nossa sociedade confronta-se, diariamente, com invejas desnecessárias, egoísmos exacerbados, racismo inqualificável num misto de riqueza/pobreza tantas vezes consentidos por grupos, governos e igrejas. Mesmo assim continuo a assumir a minha eterna postura utópica. Continuo a pensar que vale a pena tentar.

Desejos sinceros de um feliz Natal e um enorme voto de confiança para 2014, pois bem precisamos.

Por: Albino Bárbara

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