Durante vários anos meditei sobre o que seria importante e como podíamos definir qualidade de vida. Percebi, faz alguns anos, que o pilar da felicidade é tempo, ter tempo para estar com quem se gosta. Sobrar tempo para o repouso e o deleite. Percebi que o dinheiro fazia falta ao tempo. Não porque se compre tempo, mas porque podemos ter mais prazeres, cumprir mais desejos. Se contivermos os desejos e as exigências entramos na fronteira do desleixo, da falta de ambição. Podemos ter felicidade com menores desejos, mas temos de ter alguns se não quisermos ser pudins que esperam sentados na travessa. Há um caminho entre “ter tempo”, “ter dinheiro” e “ter desejos” que leva ao movimento. Um passo rumo ao desejo. Um passo rumo à felicidade. Um passo rumo ao dinheiro. Um passo para o conhecimento. Assim ficamos com menos tempo porque cada passo enriquece mas retira tempo. Esta luta intranquila que leva a que se lute por privilégios, por honrarias, por sumptuosidades, por reconhecimento é a luta que nos rouba o tempo e o tempo é a felicidade. Os passos da exigência, da sofisticação, do enriquecimento são sempre arrancados ao espaço do tempo livre nas nossas vidas. Assim educamo-nos para gastar o tempo e a felicidade está em ter os bolsos cheios dele. O nosso tempo! Para ter tempo há mandamentos essenciais: reduzir os desejos, aumentar a organização, reduzir as estruturas, limitar os objetivos.
Por: Diogo Cabrita
