Arquivo

Passos corta um salário a todos os trabalhadores

Aumento da segurança social, dos 11 para os 18 por cento, para todos os trabalhadores (que entra em vigor em janeiro de 2013), resulta, na prática, num corte equivalente a um vencimento.

Público ou privado, tanto faz. Em 2013, com o aumento de 11 para 18% na contribuição para a Segurança Social (Taxa Social Única), hoje anunciado pelo primeiro-ministro, os trabalhadores vão perder um salário.

Um trabalhador que receba 1500 euros brutos, passará a pagar no próximo ano 270 euros mensais, ou seja mais 105 do que pagou em 2012. Dito de outra forma, a contribuição deste trabalhador aumentará 63,6 por cento.

No final de 2013, o tal trabalhador que recebe 1500 euros brutos terá pago mais 1470 euros para a Segurança Social do que pagará este ano.

Se os trabalhadores não têm razões para sorrir (até porque também vem aí uma alteração dos escalões do IRS), já as empresas poderão respirar de alívio. É que a sua contribuição para a Segurança Social desce dos atuais 23,75 por cento para 18 por cento, anunciou ainda Passo Coelho.

Quer isto dizer que este trabalhador dos 1500 euros passará a custar ao seu empregador menos 86 euros por mês. Ou seja, em 2012 tinha de pagar 356 euros por mês e agora passa a pagar tanto como o próprio trabalhador.

Passo Coelho acredita que, desta forma, as empresas poderão contratar mais pessoas reduzindo, assim, a preocupante taxa de desemprego que em julho foi de 15,7 por cento, de acordo com as estatísticas oficiais da União Europeia.

“Precisamos de estancar o crescimento do desemprego com soluções que nos deem garantias de sucesso. Reduzindo o valor das contribuições a que as empresas estão obrigadas e pondo em marcha um processo de “desvalorização fiscal” alcançamos vários objetivos em simultâneo”, disse Passos Coelho.

“Além disso – e penso aqui muito em particular na situação das pequenas e médias empresas, que são responsáveis pelo maior volume do emprego no nosso País -, libertamos recursos para a tesouraria das empresas com maiores dificuldades, impedindo o seu encerramento extemporâneo, aumentamos os recursos para o investimento e para a contratação de novos trabalhadores, e eliminamos desincentivos a esta contratação”, acrescentou.

Para o chefe do Executivo, “melhorando a posição financeira e competitiva das empresas tornamos mais fácil o seu acesso ao crédito, no que pode ser o início de um novo ciclo virtuoso no financiamento à economia”.

Sobre o autor

Leave a Reply