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Passos Coelho faz ultimato ao PS

«Está na altura de dizer que o PS perdeu as eleições, cabe-lhe encarar isso com humildade e reconhecer os resultados eleitorais», disse hoje o primeiro-ministro.

Pedro Passos Coelho afirmou esta quarta-feira que não vai governar com o programa do PS e recusou sujeitar o país a uma «chantagem política», uma vez que foi a coligação PSD/CDS que venceu as eleições.

«Eu não vou governar com o programa do PS e não vou com certeza sujeitar o país a uma espécie de chantagem política em que quem perdeu impõe a quem ganhou as condições para dizer o que é que o PS acha importante para dar o seu contributo à estabilidade», afirmou o líder do PSD.

O primeiro-ministro, que falava aos jornalistas no final de um encontro com os parceiros sociais no âmbito da preparação do Conselho Europeu do dia 15, rejeitou a inversão de papéis e disse ainda que não tenciona ter «mais nenhuma reunião com o PS».

Passos Coelho sublinhou mesmo que «talvez seja altura de pôr um ponto final naquilo que o país tem vindo a assistir de forma atónita». Isto porque «já tive duas reuniões com o PS e não tenciono ter mais nenhuma para fazer de conta ou simular que se está a alcançar algum resultado, pois o PS não deu contributo nenhum», afirmou.

«Dá a impressão que o PS ganhou as eleições e está a fazer diligências para formar Governo», acrescentou o presidente do PSD, considerando que «está na altura de dizer que o PS perdeu as eleições, cabe-lhe encarar isso com humildade e reconhecer os resultados eleitorais».

Ontem houve na sede do PS, em Lisboa, uma segunda reunião entre delegações do PS e da coligação PSD/CDS, chefiadas respetivamente por António Costa e Pedro Passos Coelho, mas terminou mais uma vez sem avanços. Entretanto, o secretário-geral do PS afirmou em entrevista ao jornal britânico “Financial Times” que está pronto para formar um governo anti-austeridade, suportado pelos partidos de esquerda, e garantiu que respeitará as regras do euro.

António Costa afirmou que a coligação de esquerda respeitará as regras da zona euro apesar de integrar o Bloco de Esquerda (ligado ao Syriza) e o PCP.

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