Pedro Passos Coelho, candidato à liderança do PSD, esteve na Guarda no último domingo para reunir com os apoiantes no distrito. Na visita à sede distrital do PSD, Passos Coelho recebeu os cumprimentos, mas não o apoio de Álvaro Amaro e Júlio Sarmento, presidentes da Comissão Política e da Mesa da Distrital “laranja”, respectivamente.
Para o candidato, o facto de não ter o autarca de Gouveia do seu lado «não é um entrave», apesar de ter «pena» que assim seja. O candidato a presidente dos sociais-democratas conta com Paulo Amaral enquanto mandatário distrital, António Júlio de Aguiar é director de campanha para a Guarda e, no almoço, registaram-se ainda as presenças de José Gomes, Hugo Miranda, Zita Vaz ou Fernando Lopes. Quanto às próximas autárquicas, Passos Coelho refere que «não há receitas milagrosas» para combater as sucessivas eleições do PS para a Câmara da Guarda e reconhece que «em parte há o mérito do Partido Socialista e das escolhas que tem feito». «Disponível para ajudar», Passos Coelho frisou, ainda assim, que «não compete ao presidente do PSD andar a escolher os presidentes de Câmara».
Passos Coelho falou ainda sobre o peso da interioridade e as assimetrias no desenvolvimento das diferentes regiões do país. Assumindo parte da culpa do PSD, o candidato frisou que «nos últimos 12 anos, nove têm estado à responsabilidade do PS». «Ao fim deste período, o interior do país tem ficado progressivamente para trás e o grande investimento em infra-estruturas rodoviárias não inverteu esta situação», completou. Para contrariar este cenário, Passos Coelho sugere «uma cuidadosa e meticulosa modelação fiscal e um apelo muito forte à liberdade e à criatividade das pessoas, à iniciativa das empresas, e não apenas aos incentivos do Estado, que não têm resolvido o problema». O candidato acrescentou que, hoje em dia, «estar na Guarda ou em Bragança não impede que se comunique e negoceie com todo o mundo». No que diz respeito ao país, Passos Coelho falou sobre o défice e alertou para o facto de «qualquer dia termos um orçamento equilibrado mas não termos empresas». Na conversa com os apoiantes, defendeu ainda que o Estado deve intervir em áreas que lhe são próprias, como a segurança e a justiça, mas que em outras, como a educação e a saúde, as pessoas devem poder escolher. A olhar para a direita, Passos Coelho foi explícito ao apontar o caminho dos sociais-democratas nesse sentido: «Não tenho vergonha de dizer que o PSD é reformista e liberal».