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Passos Coelho antecipa cortes nas pensões, saúde e educação

A entrevista que o primeiro-ministro concedeu ontem à noite à TVI está a causar polémica. Tudo porque Pedro Passos Coelho considerou que será preciso mexer nos gastos com pensões, saúde e educação».

Segundo o chefe do executivo, 70 por cento da despesa primária do Estado é consumida com despesas com pessoal e prestações sociais. Por isso, «é muito difícil reduzir a despesa sem rever a forma como esta despesa é feita», disse. Recorde-se que o Governo anunciou que vai apresentar à “toika” em fevereiro propostas para cortes de quatro mil milhões de euros na despesa, mas ontem o primeiro-ministro adiantou que pretende estender o debate sobre a reforma do Estado até ao verão e dispôs-se a substituir as medidas que o Governo apresentará se depois surgirem alternativas melhores.

Passos Coelho revelou que serão cortes «permanentes. Não é um apertar do cinto naquele ano, é para ficar», sublinhou. «Temos em Portugal uma despesa que, se excluirmos juros, metade são prestações sociais, ou seja, segurança social, saúde e educação» e «cerca de 20 por cento são salários ou despesas com pessoal». E concluiu: «Não é possível não ir às despesas sociais e de pessoal».

«Entre 2000 e 2012, o peso das pensões passou de 9 por cento do PIB para cerca de 13,5 por cento. Cerca de 30 por cento deste aumento resulta de fatores de demografia e 70 por cento de outros fatores» como decisões políticas «porque decidimos dar mais», declarou. Contudo, o primeiro-ministro recusou dizer que o sistema é generoso, mas salientou que «o aumento [dos gastos com] pensões não teve a ver com o aumento do envelhecimento». Passos Coelho afirmou ainda que poderá haver «um sistema de financiamento mais repartido entre os cidadãos e o Estado» na área da Educação e confirmou que poderá haver novo aumento de impostos em 2014.

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