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Passivo da Associação Comercial aumenta, mas não preocupa

Paulo Manuel desvaloriza situação, argumentando com um lucro de 107 mil euros em 2007

O passivo da Associação Comercial da Guarda (ACG) cresceu cerca de 500 mil euros no ano transacto, situando-se em 1,9 milhões de euros, mas o seu presidente garante que a situação não é preocupante. «É natural que aumente, pois estamos a desenvolver mais projectos e temos a receber cerca de 700 mil euros das entidades financiadoras, nomeadamente do IAPMEI e do Estado, parte dos quais só serão liquidados este ano», disse, na segunda-feira, Paulo Manuel em conferência de imprensa.

E exemplificou, adiantando que, num dos casos, a ACG teve que se endividar junto da banca em 90 mil euros para conseguir 200 mil euros de apoios para desenvolver uma iniciativa. Por outro lado, destacou que «o activo aumentou mais que o passivo», tendo passado dos 1,3 milhões registados em 2006 para pouco mais de 1,9 milhões em 2007. Mas o dirigente sublinhou, sobretudo, a obtenção de resultados operacionais positivos de 107 mil euros no ano passado, quando tinham sido negativos (cerca de 15 mil euros) em 2006. «A ACG deu lucro e estamos satisfeitos, até porque 2007 era um ano muito difícil, de transição na associação, mas também de quadro comunitário de apoio», sustentou Paulo Manuel, afirmando que a gestão da instituição é agora «mais programada». Mesmo assim, a Comercial está a renegociar o seu passivo com a banca, com o objectivo de o diluir a médio e longo prazo. Como garantia, pondera-se avançar com a hipoteca da sua sede. Contudo, o presidente da direcção escusou-se a confirmar esta opção, que deve «ser analisada e decidida primeiro pelos associados», sustentou.

Com sentença traçada estão já os condomínios comerciais criados na cidade. Dois presidentes destes organismos demitiram-se há cerca de um ano e não foram substituídos, situação que o dirigente justificou por haver na zona histórica e Estação «uma sobreposição de entidades com a mesma vocação». Isto é, na primeira existem a Agência para a Promoção da Guarda e a Associação Comercial. No segundo caso, o objectivo é desenvolver acções através do Modcom, uma vez que os comerciantes da Guarda-Gare foram os únicos contemplados com este programa de modernização dos estabelecimentos. «A criação dos condomínios não foi um erro. No entanto, na prática, nem chegámos a avançar formalmente com eles. Para isso é preciso ter as pessoas certas e com disponibilidade», acrescentou o presidente da ACG.

Para o futuro, Paulo Manuel anunciou a intenção de introduzir a palavra “turismo” no nome da associação: «O futuro desta região está naquele sector, que é a principal alternativa à falência do comércio”, garantiu. Nesse sentido, a ACG vai criar um sítio da Internet interactivo para promover os recursos turísticos do distrito da Guarda, como a gastronomia, a Natureza e o património. A associação lidera uma candidatura ao programa comunitário INTERREG, no valor de 2,5 milhões de euros, apresentada com a Fundação do Parque Científico da Universidade de Salamanca e a Associação Comercial de Ciudad Rodrigo. «Este sítio terá características muito idênticas ao “Second Life”», adiantou. Entretanto, o presidente da Comercial revelou que a ACG detém 2,6 por cento do capital social da sociedade Plataforma Logística de Iniciativa Empresarial. Em termos de associados, anunciou que foi ultrapassada a barreira dos dois mil: «Somos uma associação mais distrital», concluiu.

Luis Martins

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