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Páscoa 2011 na Guarda

Até em tempo de crise, de necessárias e evidentes poupanças, é-nos conseguível controlando o pé no acelerador, o custo das dormidas e o preço das refeições, e sem grandezas, sem ser para “mostrar” mas unicamente para “estar”, passar a Páscoa na Guarda.

E chegados à Guarda, o automóvel fica parado, (…), pelo que tudo passa a ser feito a pé (…). E a Guarda, como a grande maioria das cidades – grandes e pequenas – por este e esse mundo fora, melhor se conhecem caminhando, vendo, estando. E assim feito, a Guarda fica a ser bem conhecida. E vale! Até ver onde foi a judiaria, falando de religiões!

Curioso assistir, mesmo não tendo que ser crentes, à procissão e interessante ver muitos jovens, voluntariamente e com respeito a fazer parte da mesma. A Igreja da Misericórdia é muito bonita, para além da Sé, um símbolo, mas mais pesado, com muita pedra, aquela com mais madeira e bem trabalhada.

A procissão sai da Misericórdia dando a volta pelo centro histórico e regressando ao ponto de partida. E é possível sem a ter que acompanhar vê-la em vários dos pontos de passagem. (…)

No fim da procissão o que foi dito pelo padre, talvez o da igreja, na presença do Bispo, continuo a ser muitíssimo pouco atualizado ao momentum.

Por certo, sem perderem princípios, as Igrejas – todas – devem atualizar-se para estarem mais à altura de uma época em que o ser humano mostra mais a sua parte negativa do que a positiva – algo cíclico ao longo da história, ao longo dos séculos. Estamos num desses períodos, ditos menos bom.

Mas não é pela força, nem pelo comentário restritivo que se muda, mas antes pelo exemplo, pela explicação, pela frontalidade, pela igualdade, pela força e coragem – e conhecimento – para apontar caminhos novos, mas adequados ao século XXI, em que a informação e o conhecimento circulam como nunca aconteceu.

Os tempos são outros, e se não forem acompanhados, não se faz o que se diz que deve ser feito. Evidentemente. Mas para além deste pequeno detalhe, é de estranhar – ou porventura, nem por isso – que numa altura em que se deve vender mais, o que inclui Turismo, e tudo o que cá dentro existe, a Biblioteca Eduardo Lourenço esteja fechada. E muitas lojas também não abertas, sendo que na Guarda já há um centro comercial, muito bem integrado no Centro Histórico com lojas abertas, logo, vendem, dado que haviam muitos turistas de dentro e de fora do País!

(…)

Temos que mudar, todos e não só os outros, e é de louvar que o Posto de Turismo local tenha estado aberto e com uma funcionaria extremamente conhecedora e com muita vontade de trabalhar. Façamos todos mais pelo nosso futuro, imediato, mesmo não esperando pela Pascoa de 2012, aí, pode ser tarde!

Augusto Küttner de Magalhães, carta recebida por email

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