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Partos voltam a descer nas maternidades da Beira Interior

Maternidade da Guarda é a que tem mais partos na Beira Interior, mas o distrito volta a ficar atrás de Castelo Branco

Contas feitas, a maternidade da Guarda foi a que realizou mais partos na região o ano passado, com o Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB) e a Unidade Local de Saúde (ULS) de Castelo Branco a ficarem abaixo dos 600 partos cada uma. A maternidade albicastrense é mesmo a pior a nível nacional, com 419 nascimentos.

Segundo dados da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), a ULS Guarda teve 607 partos, enquanto o CHCB registou 598 e a ULS de Castelo Branco 419. Contudo, a Guarda volta a ficar atrás do distrito “vizinho” que, apesar da descida, continua a ultrapassar a barreira dos mil partos graças às suas duas maternidades. Há muito que se fala de uma hipotética fusão dos três serviços, mas «não tenho conhecimento de qualquer concentração», disse Vasco Lino a O INTERIOR. Porém, caso esta venha a existir, a tutela «não pode deixar de ter em conta o superior número de partos» da Guarda, salienta o presidente do Conselho de Administração da ULS. Assinalando a área abrangida por Castelo Branco (mais 1.157 quilómetros quadrados) e a população (cerca de mais 60 mil habitantes), o responsável reitera que «não devemos deixar de reivindicar e defender a manutenção da maternidade na Guarda», já que esta tem uma média superior de partos por maternidade.

Quanto à quebra registada no distrito, a situação «preocupa porque é o reflexo – e causa – do envelhecimento da nossa população», considera Vasco Lino, ressalvando que a «tendência regional» tem também «correspondência a nível nacional». Já a diretora do serviço de Obstetrícia da ULS da Guarda aponta para os 616 nascimentos na unidade em 2012, o que representa uma quebra de 8,9 por cento face ao ano anterior. «A descida aqui não é tão significativa como seria numa maternidade de maior dimensão, em termos de percentagem, pelo que é algo que de certa forma me satisfaz, dentro do quadro apresentado», refere Cremilda Sousa. A médica diz-se mais tranquila «por estarmos dentro da média nacional, não é um caso particular».

Apesar de não comentar uma eventual fusão das maternidades na Beira Interior, a diretora da Obstetrícia lembra que «há concelhos, como Almeida ou Figueira de Castelo Rodrigo, cujas mães teriam de fazer deslocações muito grandes e que não são clinicamente aconselháveis» caso a maternidade ficasse no distrito de Castelo Branco. «A maternidade da Guarda é muito importante», reitera Cremilda Sousa. Confrontada com a diferença entre os dados da ULS e os divulgados pela ACSS, a médica desvaloriza a situação: «Tenho tudo registado e contado, houve 616 partos», afirma.

Sara Quelhas Fusão das maternidades volta a ameaçar depois de nova descida

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