O parque urbano do Rio Diz, a última obra da intervenção Polis, vai ser inaugurado a 27 de Novembro, Dia da Cidade. A abertura oficial deste espaço de lazer é o principal acontecimento das comemorações dos 808 anos da Guarda, cujo programa foi divulgado na última reunião de Câmara.
Ao todo foram requalificados 18 hectares nas margens do Diz, na zona da Estação, numa intervenção que custou oito milhões de euros. O parque urbano inclui um semi-coberto, mais conhecido por “iglódromo”, uma ludoteca, com biblioteca e ateliers, além de um bar e de um parque infantil dedicado à exploração espacial. O Polis semeou 50 mil plantas e 1.700 árvores autóctones, tendo criado também um grande lago artificial. Há ainda um espaço de merendas num núcleo de carvalhos adultos e seis zonas de relvado para desportos informais. De resto, a sessão solene dos 808 anos da cidade vai decorrer numa tenda montada no novo parque da cidade, no âmbito da qual serão atribuídas duas medalhas de ouro da cidade aos hospitais Sousa Martins e da Santa Casa da Misericórdia, cujo centenário se comemorou este ano. A autarquia justifica este reconhecimento pelos contributos destas instituições para «o crescimento e desenvolvimento do tecido económico e social da Guarda, respondendo com qualidade e dignidade às necessidades da população da cidade e do distrito».
Mas há mais actividades entre 24 e 28 de Novembro, nomeadamente torneios desportivos, um grande prémio de atletismo, uma exposição de pintura e a apresentação do sistema de áudio-guias para as visitas turísticas ao centro histórico. Em termos culturais, o grupo La Batalla vai interpretar, pela primeira vez, as trovas medievais do cancioneiro de Estevam da Guarda. O concerto, com entrada gratuita – mediante levantamento prévio –, está agendado para o grande auditório do TMG no dia 27, por onde vão passar as cantigas de amor, de escárnio e maldizer de um dos últimos trovadores do círculo de D. Dinis. Estevam da Guarda (1299-1362) exerceu altos cargos na corte, tendo sido privado do rei D. Dinis, seu secretário e testamenteiro. Considerado um dos maiores trovadores galego-portugueses, investigações revelam a sua origem beirã e o seu cognome “da Guarda” parece ter consistência científica. Outro destaque vai para o Projéc~, a estrutura produção teatral do TMG, que, no dia 28, estreará “Eu queria encontrar aqui ainda a terra”, uma peça de teatro sobre Vergílio Ferreira e Eduardo Lourenço e a sua relação com a Guarda, onde ambos estudaram na adolescência. O espectáculo repete a 29 e 30 de Novembro.
Luis Martins