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Parque no Rio Diz para depois do Verão

Conclusão da primeira fase do Parque Urbano, uma área de 18 hectares, voltou a ser novamente adiada

Só na semana passada o PolisGuarda foi notificado oficialmente de que as declarações de utilidade pública dos terrenos necessários para a primeira fase do Parque Urbano do Rio Diz, concluída no final do Verão, aguardam publicação no “Diário da República”. O que deverá acontecer ainda este mês, mas cinco anos depois do arranque do programa de requalificação urbana e valorização ambiental. «A burocracia emperrou o processo de expropriações, pelo que só poderemos avançar nalguns terrenos com essa declaração», constata o director-executivo da sociedade.

Segundo António Saraiva, falta resolver quatro expropriações litigiosas nesta primeira fase do Parque Urbano. Contudo, três dos proprietários que discordaram das indemnizações autorizaram os trabalhos nos seus terrenos, enquanto esperam pelo valor decidido pelo tribunal. «Apenas um não deixou avançar as máquinas», acrescenta, desvalorizando as recentes declarações de Antero Cabral Marques a “O Interior”. O empresário e dono de grande parte daquela zona disse que continuava à espera de uma «proposta séria» e que desconhecia qualquer intenção de expropriação. «As pessoas são livres de pedir, mas será o tribunal a definir os montantes a pagar pelos terrenos», responde o director-executivo do Polis, recordando que a sociedade esteve disposta a pagar um milhão de euros, mas aquele proprietário pediu «dez vezes mais». Agora, o arquitecto diz acreditar que o valor global das expropriações do Parque Urbano deverá rondar os dois milhões de euros, um montante «muito inferior» ao previsto no Plano Estratégico, que era de 7,5 milhões. E isto porque houve acordos e permutas. «Foi esta a má gestão que fizemos», ironiza.

Entretanto a conclusão da primeira fase do Parque Urbano, uma área de 18 hectares, voltou a ser novamente adiada, desta vez para depois do Verão. Trata-se da única obra em curso na zona do Rio Diz e consiste no iglódromo, parque de estacionamento com capacidade para 400 lugares e zonas

verdes. Mas o seu “ex-libris” vai ser o parque infantil dedicado à exploração espacial, desde o treino dos astronautas até ao desenvolvimento nas próprias estações espaciais. Um lugar com 17 ilhas de diversão que apela ao imaginário dos mais pequenos e em cujo centro ficará uma fonte interactiva que representa o sistema solar. Dispõe ainda de uma Ludoteca, com biblioteca e ateliers, de um salão para festas e actividades organizadas e um bar. Ali existirá também o Jardim dos Ambientes, onde, em cerca de 20 quadrados, serão semeadas espécies de plantas e árvores de uma forma «diferente». O custo final desta obra deverá rondar os dois milhões de euros. «A segunda fase será um trabalho para outra entidade que não o PolisGuarda», reconhece, o mesmo acontecendo com o projecto do restaurante panorâmico projectado para o local do antigo quartel dos bombeiros.

Polis penalizado

António Saraiva já fez as contas e considera que o PolisGuarda foi penalizado em 50 por cento do investimento previsto. «Começámos com 37 milhões para toda a intervenção, mas a seguir houve um corte de 30 por cento (12 milhões), para além da penalização no acesso aos fundos comunitários e dos problemas com o IVA», adianta. Em jeito de balanço recorda que 70 por cento da obra está totalmente executada e que a sociedade concretizou 25 dos 37 milhões de euros inicialmente atribuídos. No entanto, o director-executivo admite que o Polis não cumpriu a promessa de «executar uma intervenção em determinado tempo». Mas vai deixar marcas: «Há obras que não se fariam nos próximas anos, caso do Parque Urbano, do quartel dos bombeiros ou da requalificação da Praça Velha e do centro histórico. Nesses lugares criou-se uma qualidade de vida urbana muito superior à que existia», considera. Oficialmente, a sociedade deixará de existir quando não houver qualquer negócio financeiro, jurídico ou fiscal.

Luis Martins

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