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Parque Industrial da Guarda vai ser requalificado

Câmara vai candidatar projecto, orçado em cerca de um milhão de euros, ao QREN

Votado quase ao abandono e sem espaço disponível para que as empresas se possam expandir ou se instalem novas, o Parque Industrial da Guarda vai ser alvo de requalificação. Fruto de uma parceria com o Nerga – Associação Empresarial da Região da Guarda, a Câmara vai candidatar o projecto, orçado em cerca de um milhão de euros, às verbas do QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional.

Oferecer «as melhores condições de utilização» aos empresários é o principal objectivo do projecto, que consiste «numa intervenção de fundo», adianta Joaquim Valente. O presidente do município da Guarda diz estar convicto que a candidatura «terá o apoio deste novo quadro comunitário». No âmbito desta intervenção será criado um condomínio para fazer a gestão do parque industrial, que existe há quase 30 anos, sendo que a autarquia irá integrar essa futura entidade gestora. «Em parceria com o Nerga e os empresários ali instalados, é importante dar uma nova face a um espaço que cumpriu o papel para que foi criado», considerou. Contudo, «não nos podemos esquecer que é um equipamento de 1980 e temos que o adaptar aos novos tempos e às novas necessidades, quer públicas, quer dos empresários», acrescentou. Recorde-se que há cerca de um ano, O INTERIOR denunciou o caso de várias empresas que ou não podiam expandir-se ou não se podiam mudar para o Parque Industrial por falta de terrenos disponíveis.

A deslocalização para municípios da região era uma hipótese que alguns empresários equacionavam. Na altura, Joaquim Valente apontou o dedo aos executivos de Abílio Curto, que não colocaram qualquer cláusula nos contratos de venda de lotes no Parque Industrial que assegurassem o direito de reversão para a autarquia quando os objectivos para que foram adquiridos – a instalação de unidades industriais – não fossem efectivamente concretizados. Este lapso continua a permitir que haja lotes de terreno naquela zona sem qualquer uso e que «estão a servir para especulação imobiliária», queixavam-se alguns empresários interessados em investir no parque industrial. Perante esta conjuntura, o autarca reconheceu que foi «um erro» terem sido cedidos terrenos em «situações vantajosas» para fins industriais e «não se ter assegurado o direito de reversão».

«Não estando acautelado esse direito é complicado e acaba por permitir estas situações que não são justas, mas é a lei do mercado», disse, quando confrontado com as críticas de empresários que falavam em especulação por parte de alguns proprietários. Entretanto, as infraestruturas da Plataforma Logística de Iniciativa Empresarial (PLIE) estão «praticamente concluídas», faltando apenas terminar a ETAR – Estação de Tratamento de Águas Residuais e os acessos, que estão «na recta final», referiu o edil no final da última reunião executivo, na passada quarta-feira. Continuando sem revelar datas para a instalação de empresas ou mesmo nomes de investidores já assegurados, Joaquim Valente reiterou que tem mantido reuniões e negociações «em estado adiantado com várias empresas de referência na área da logística para se fixarem na PLIE a curto prazo».

Ricardo Cordeiro

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