Arquivo

Parque do Vale do Côa pode ter curso de arte rupestre

Objectivo é ensinar como se faziam gravuras e analisar a arte rupestre em Portugal e Espanha

No Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC), onde a descoberta de três séries de placas com gravuras suscitou a alusão a uma “Escola de Belas Artes do Paleolítico”, poderá ser leccionado um curso de arte rupestre.

«Num futuro muito próximo pode vir a ter lugar no parque um curso de arte rupestre destinado a estudantes de nível universitário», adianta o arqueólogo António Martinho Baptista. O objectivo é ensinar como se fazia este tipo de gravuras e analisar a arte rupestre em Portugal e Espanha, «uma vez que a formação será dada nos dois países em parceria com colegas espanhóis», acrescentou o antigo director do Centro Nacional de Arte Rupestre, instituição que foi anexada ao PAVC. A propósito da parceria com o país vizinho, o responsável revelou ainda que vai deslocar-se a Plasencia (Cáceres), com a directora do parque, Alexandra Cerveira Lima, nos dias 3 e 4 de Abril, para o anúncio público da candidatura do sítio de Siega Verde a Património da Humanidade.

«Durante o II Encontro Ibérico de Gestores de Património vai ser anunciada a candidatura de Siega Verde a Património da Humanidade como extensão da classificação de que o Côa já desfruta», revelou António Martinho Baptista. Siega Verde, no rio Águeda (afluente do Douro), fica perto da fronteira portuguesa, a meio caminho entre Almeida e Ciudad Rodrigo, e tem arte paleolítica muito semelhante à de Foz Côa, onde, no final de 2007, foi descoberta a terceira série de placas de pedra com gravuras de veados. Os três conjuntos de placas, todos no sítio do Fariseu, formam «a maior colecção de arte móvel paleolítica de Portugal» e serão dos poucos exemplares reais expostos no futuro Museu de Arte e Arqueologia do Vale do Côa, que viverá sobretudo do virtual.

Sobre o autor

Leave a Reply