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Parkurbis Incubação com 1,2 milhões do IAPMEI

Construção do segundo edifício do Parque de Ciência e Tecnologia da Covilhã deve arrancar depois do Verão

O Parkurbis Incubação, segundo edifício do Parque de Ciência e Tecnologia da Covilhã, vai contar com um apoio de cerca de 1,2 milhões de euros do IAPMEI – Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e ao Investimento. A sua construção representa um custo global de 1,6 milhões de euros. O protocolo de colaboração foi subscrito na última sexta-feira, na presença do Presidente da República e do ministro da Economia.

As obras do segundo edifício, que ficará localizado junto ao existente, deverão começar depois do Verão, pois «tem que estar pronto até Junho de 2008», adiantou Carlos Pinto, autarca da Covilhã e presidente do Conselho de Administração do Parkurbis. O novo edifício vai permitir acolher mais 33 empresas, disponibilizando-lhes as infraestruturas necessárias para desenvolverem os seus projectos, como pequenas salas, laboratórios e oficinas. O autarca enalteceu a importância deste segundo bloco do Parkurbis, uma vez que «vai ser possível diversificar» os investimentos e «responder melhor às solicitações» das empresas que se querem instalar. De resto, segundo o edil, «entrámos numa cadeia de oportunidades que já não vai parar», adiantando haver empresas interessadas em instalar-se no Parkurbis Incubação, quatro das quais estão actualmente a ser analisadas pelo Conselho Científico. Para Carlos Pinto, a assinatura deste protocolo com o IAPMEI justifica-se, na medida em que a autarquia e os sócios fundadores do Parkurbis estão «a desbravar um caminho que não existia» em Portugal.

«Este projecto permite que aquilo que se aprende na universidade, nomeadamente no domínio das engenharias, possa ser transformado em produtos, bens e serviços que incorporem o Parque de Ciência e Tecnologia da Covilhã», afirmou. Por seu turno, o ministro da Economia enalteceu o papel desempenhado pela Universidade da Beira Interior, sublinhando que o país apenas pode crescer economicamente com o aumento da produtividade e que para concretizar esse objectivo é necessário «inovação». Manuel Pinho revelou «satisfação» pelo facto do IAPMEI apoiar «mais uma vez esta região e este projecto» do Parkurbis. O governante confessou também ter ficado «muito impressionado e feliz» com o número das empresas presentes que operam nas energias renováveis. «É bom para o ambiente, para a economia e para a criação do emprego», realçou, frisando ainda que «a verdadeira revolução tecnológica e de cultura» na área das energias renováveis «já está presente no Parkurbis».

Carlos Pinto quer Zona Económica Especial Parkurbis

Carlos Pinto desafiou o Governo e o ministro da Economia a aprovarem a criação da Zona Económica Especial Parkurbis, um instrumento que se destina a captar mais investimento para o concelho. Para o efeito, o presidente do Conselho de Administração do Parkurbis entregou um dossier a Manuel Pinho com mais pormenores sobre o projecto.

Aos jornalistas, o autarca covilhanense não adiantou muito sobre esta Zona Económica Especial, frisando apenas que poderá potenciar «vários benefícios» capazes de «aumentar o poder de captação de empresas para a Covilhã». No fundo, trata-se de «várias discriminações que já existem na Europa e que era bom que fossem adoptadas também na Covilhã». A isenção de impostos é uma delas. Antes, no seu discurso de boas-vindas a Cavaco Silva, que visitou o Parkurbis na última sexta-feira, Carlos Pinto realçou que Portugal tem uma «enorme oportunidade de se desenvolver e criar riqueza», mas «falta que o Estado se organize, que esteja onde deve e não crie obstáculos onde não deve». Do mesmo modo, o edil reclamou maior colaboração entre os «decisores» do Estado e os municípios para que «os números do investimento subam e os índices do desemprego desçam». Considerando que há «muito a fazer em conjunto» com o ministro da Economia, o autarca deixou vários recados: «Aqui estamos mais longe das decisões, dependemos de decisores longínquos, que, muitas vezes, não conhecem, nem compreendem, a realidade do nosso território e as circunstâncias e detalhes que hoje comandam as opções estratégicas das empresas».

Carlos Pinto frisou ainda que «este tempo não permite os constrangimentos que existem em Portugal» neste domínio e cuja solução será «transmitir maior legitimidade decisória a quem tem legitimidade política local». Passando a situações concretas, o edil pediu a Manuel Pinho que deixe os municípios aprovarem «unidades industriais no licenciamento, desde as fundações até à entrada em laboração», algo que já é feito noutros sectores com «imenso» resultado positivo. «Ensaiemos novas formas de colaboração. Se não temos poderes descentralizados regionais, justifica-se ainda mais trabalharmos em conjunto», afirmou, lançando o repto para ser criada uma «espécie de rota para a captação de empresas». Para o autarca, «além dos resultados económicos do país, é necessário cotejar a evolução regular das regiões». Do mesmo modo, pediu também que haja a «ambição de vermos progredir o nosso país no seu todo», deixando uma pergunta no ar: «Quando o PIB nacional evolui, como evolui a sua distribuição nas regiões?».

Ricardo Cordeiro

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