Os municípios da Covilhã e de Blumenau vão criar um Agrupamento Complementar de Empresas (ACE) para fomentar parcerias entre empresas. O acordo foi celebrado na última quinta-feira no Parkurbis – Parque de Ciência e Tecnologia da Covilhã, durante a visita de uma comitiva de políticos e empresários daquela cidade brasileira.
Com este agrupamento pretende-se facilitar a entrada de empresas brasileiras nos mercados ibérico e europeu via Portugal, acontecendo o mesmo com as empresas portuguesas no Brasil. O ACE, estrutura adoptada no anos 60 por um conjunto de empresários têxteis para promoverem as suas exportações, vai permitirá ainda sinergias entre as unidades dos parques tecnológicos da Covilhã e de Blumenau, salientou Carlos Pinto. No fundo, é um «chapéu institucional» para o desenvolvimento de várias acções tecnológicas, económicas, empresariais, universitárias e culturais. Para além de seis empresários de tecnologias de informação e da área têxtil, a comitiva foi composta pelo prefeito de Blumenau, um representante do Governo do Estado de Santa Catarina, o secretário de Desenvolvimento Económico e de Turismo de Blumenau. Bem como o director de Ciência e Tecnologia, o responsável pelo Instituto Gene (incubadora de empresas naquela cidade) e pelo reitor da universidade local, que assinou um protocolo com a Universidade da Beira Interior para o intercâmbio entre estudantes e investigadores, «sobretudo nas Engenharias», apontou o reitor da UBI, Santos Silva.
É que Blumenau é «o principal pólo de indústria têxtil do Brasil», explicou o prefeito João Paulo Kleiinubing, que disse haver já 12 empresas brasileiras interessadas em instalar-se no Parkurbis. Para já, a Quicksoft e a Sénior Sistemas pretendem criar parcerias com a Consispro para criação de “software”, enquanto que o empresário têxtil Irajá Pereira de Almeida, da Mogadicho, revelou interesse em sediar uma empresa na Covilhã. Entretanto, no início desta semana, a UBI recebeu a visita de dois representantes de parques tecnológicos de Helsínquia e Oulu (Finlândia) que, numa conferência sobre Parques Tecnológicos, aconselharam o Parkurbis a apostar em sectores com “know-how” na Covilhã, caso da Medicina. Uma ideia já expressada por Carlos Pinto no início deste ano, quando anunciou que o segundo pólo do Parkurbis seria dedicado à saúde. No “Parkurbis Medical” pretende-se criar sinergias entre o parque e o Centro Hospitalar da Cova da Beira, mas também incorporar outras estruturas clínicas da região e apoiar as pesquisas do Centro de Investigação da Faculdade de Ciências da Saúde da UBI.
Liliana Correia
