Arquivo

Para nunca mais voltar

Extremo Acidental

O jornal O Interior faz por agora 13 anos. Não me vou pôr aqui com a lamechice costumeira, ah, dizem que 13 é o número do azar, mas O Interior tem tido muita sorte, blá, blá, etc e tal. Faço apenas este reparo. 13 pode não ser o número do azar – tal ideia é apenas superstição e bato três vezes na madeira para nunca acreditar nessas palermices. Mas tenho a impressão que um leitor que pegue agora no jornal e reencontre este colunista com o calibre argumentativo tão fraquinho como antes não é exactamente um felizardo.

Não obstante a elevada consideração pública que o colunista exibe publicamente acerca dos seus próprios escritos, a vida é assim, cada um tem os amigos que tem e o Miguel Sousa Tavares que merece. Quem quer bons artigos de opinião procura nas outras páginas deste jornal ou compra a New Yorker e a Standpoint.

Este jornal tem 13 anos. 13 anos, o título do jornal, não o exemplar que segura na mão, a não ser que esteja a ler isto em Fevereiro de 2026. E se for esse o caso, deixe-me fazer uma pergunta: porquê? Já se lhe acabaram os clássicos de Margarida Rebelo Pinto? Tenha juízo e saia dessa cave.

Terminado de tergiversar pelo futuro, regressemos aos leitores de 2013. O Interior comemora 13 anos de idade. Desses treze, 25% foram gastos em IRC, mais 23% com o IVA, a entidade patronal pagou 23% e os trabalhadores, 11,5%. Sabe quanto sobra desses 13 anos? 27 meses e 10 dias. Dois anos e três meses. A exactidão matemática prova como o Estado nos confisca grande parte da vida e transforma um pré-adolescente pegajoso numa criança que ainda não diz os R’s.

Dois anos pode ser pouco, mas se um fiscal das Finanças tomar a sugestão de Francisco José Viegas continuamente durante este tempo, diz a voz do povo que o mais provável é nunca mais regressar.

Por: Nuno Amaral Jerónimo

Sobre o autor

Leave a Reply