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Ourives assaltado em Celorico

Ladrões terão levado mais de 100 mil euros em ouro e dinheiro, segundo o comerciante

Mais um ourives foi assaltado na região. Desta vez, a vítima foi José Fonseca, que viu o seu estabelecimento ser roubado ao final da tarde de quarta-feira da semana passada. Os ladrões levaram consigo mais de 100 mil euros em ouro. Para trás fica o prejuízo para o pequeno empresário. «O seguro é pequeno para o valor em causa», lamenta o proprietário da Ourivesaria Fonseca, situada perto dos Paços do Concelho.

O assalto ocorreu quando José Fonseca arrumava os objectos mais valiosos da loja, alguns minutos depois das 19 horas. Enquanto ia tirando os cartões com ouro das várias vitrinas e da montra e os colocava sobre o balcão antes de os arrumar no cofre, três indivíduos encapuzados entraram de rompante na ourivesaria. Dois deles seriam corpulentos e «um outro mais magro», envergando uma caçadeira de canos cerrados. Este último terá ficado na entrada do estabelecimento e partiu o vidro interior da montra, de onde apanhou algumas peças. Os outros dois, munidos de um saco de viagem preto, pegaram nos cartões que estavam sobre o balcão e perguntaram pelo cofre, que estava aberto. Dirigiram-se de imediato ao cofre, de onde retiraram os valores, enquanto eram chamados pelo cúmplice que estava à porta.

Na saída, um dos sujeitos, que trazia consigo uma arma de fogo, ordenou a José Fonseca que baixasse a porta automática. Antes de sair, deu-lhe duas coronhadas na cabeça e escapuliu-se pela abertura que ainda restava na entrada. Pela velocidade a que os assaltantes deixaram o local, a vítima desconfia que houvesse «um quarto envolvido, que os esperava num carro». O ourives acabou por desmaiar, tendo recuperado os sentidos algum tempo depois e saído para procurar ajuda. Com o café e a papelaria da vizinhança já encerrados, foi uma moradora quem lhe prestou «os primeiros socorros». Esta foi a primeira vez que José Fonseca teve problemas naquele estabelecimento. Há três anos, outra loja de que é proprietário no Ecomarché de Celorico da Beira foi assaltada, tendo sido julgado no Tribunal da vila um dos suspeitos.

O caso está nas mãos da Polícia Judiciária da Guarda. Segundo o seu coordenador, o grupo estava «organizado e cada um tinha tarefas perfeitamente atribuídas, daí a rapidez de actuação», disse Mário Bento, apelando aos ourives da região para que instalem sistemas de vigilância e de segurança. «Podem ser dissuasores de roubos, porque estes grupos fazem um estudo prédio das situações e das pessoas mais incautas», avisou. Recorde-se que, em Janeiro de 2008, outro ourives de Celorico da Beira foi perseguido e roubado quando regressava da feira de Trancoso. Mas António Nunes não teve tanta sorte como José Fonseca, pois ficou cego após ter sido alvejado na cara.

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