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Os presépios de Ana Manso

Ex-deputada tem mais de 800 exemplares de todos os continentes, alguns dos quais podem ser vistos no Paço da Cultura até Janeiro

Há presépios dos quatro cantos do mundo, mas sobretudo de Portugal, para ver no Paço da Cultura, na Guarda, até 29 de Janeiro. São uma amostra da colecção particular de Ana Manso, que tem mais de 800 exemplares em casa e decidiu partilhá-los com o apoio da autarquia.

É um “hobby” que não pára de crescer graças também aos contributos de amigos e familiares. «Há sempre lugar para mais um, até já tenho mais algumas peças desde a inauguração da exposição», adianta a ex-deputada, que explica esta paixão com o facto de ter crescido em Videmonte, «onde vivemos com intensidade a família, o Natal e os amigos». Desde então que gosta de presépios, «não pela representação simbólica desta quadra, mas pelo ideal que podemos contemplar na sua mensagem, de paz, amor e solidariedade», refere. Na sala ampla há presépios pequenos e grandes, feitos em barro, madeira, cerâmica, cristal, prata, marfim, madrepérola, cobre, ferro e até em conchas. Os mais surpreendentes surgiram de um filtro de café usado, de caricas ou mesmo da casca de pistachio ou de uma malagueta. Vieram dos quatro continentes, mas são os portugueses que predominam, com destaque para duas peças do mestre ceramista José Franco – uma das quais é única – e outras de Júlia Ramalho.

Há exemplares de todos os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e de Timor, mas este foi bastante difícil de obter: «Como o barro não é cozido, todos os presépios partiram-se antes de chegar a Portugal. O que tenho foi o único que não se quebrou durante a viagem», explica. Já no Egipto só obteve um exemplar graças à ajuda do cônsul português. Mas também há presépios de artesãos e escultores locais, nomeadamente um escultura em ferro de Octávio. Mas para Ana Manso, todos eles, «dos mais humildes aos mais elaborados», são importantes. «O que procuro num presépio é a paz, o amor e a solidariedade, próprios da mensagem do Natal, mas também a serenidade e o espírito de família», explica. A colecção começou nos anos 80 e tem sido alimentada por familiares e amigos, por isso assume que ela também é deles. «É ainda a história da minha vida, já que me recordam as funções que exerci e os lugares por onde passei», acrescenta, revelando que é a primeira coisa que procura quando viaja.

Todas as peças estão inventariadas, numa lista que inclui o local e a data em que foram adquiridas. «Cada presépio é igual na mensagem, mas cada um a transmite à sua maneira. O que é preciso é olhar para eles com os olhos do coração», sublinha a ex-presidente da distrital do PSD e candidata à Câmara da Guarda. Nesse sentido, Ana Manso assume que não colecciona só por coleccionar: «Os presépios vivem comigo no dia-a-dia, pois falo com eles, dou-lhes mimos e, em troca, recebo uma sensação revitalizadora de serenidade e tranquilidade», explica a coleccionadora, administradora hospitalar de profissão, que estima ter «uns milhares de euros» em presépios, cuja particularidade está em terem todos as três figuras juntas numa mesma base.

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