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«Os populares fizeram o trabalho todo»

Rochoso

No rescaldo do grande fogo que teve início no Rochoso, o presidente da Junta de Freguesia considera que é preciso «rever tudo, tanto na prevenção, como no combate» porque «este modelo de atuação não funciona».

A opinião é de António José Simões, para quem «o dinheiro que se gasta no combate devia ser utilizado na prevenção». Na sua freguesia, que abrange a localidade de Monte Margarida, o autarca estima que as chamas destruíram sobretudo mato, floresta, pastagens e algum equipamento agrícola como motores de rega e cisternas. «Oitenta por cento da área da freguesia ardeu», acredita o eleito, que se junta aos críticos da atuação dos meios operacionais. «Só vi uma equipa a apagar o incêndio e não eram portugueses. Eram espanhóis e profissionais», refere, acrescentando que foram os populares que fizeram «o trabalho todo» na sua freguesia. «Se não fossem eles, este incêndio teria tido proporções mais graves porque as chamas ficaram a poucos metros de uma mata contínua de pinhal», recorda, lembrando que «havia muitos bombeiros no Espinhal, mas não fizeram nada».

António José Simões garante mesmo que «com cinco homens e um trator apagámos uma frente entre o Espinhal, Monte Margarida, Albardo e Pousadinha. Por isso, quando ouço dizer que estiveram lá 650 homens eu respondo que não os vi nem sei onde andavam». O presidente da Junta queixa-se também de falta de informação e lembra que este ano a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) deu formação específica aos autarcas nesta área. «Entregaram-nos um colete e disseram-nos que, a partir de agora, éramos os representantes da proteção civil na nossa freguesia. Mas neste fogo ninguém nos passou cartucho, quando deviam perguntar e repartir informação connosco porque estamos no terreno e conhecemos a nossa realidade», lamenta o autarca.

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