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Os mistérios do Eflúvio Magnético

Pedro Paiva e João Maria Gusmão apresentam experiências artístico-filosóficas no TMG

O TMG acolhe, até dia 23, uma exposição invulgar e intrigante. Duas designações que assentam que nem uma luva a “Eflúvio Magnético”, da dupla Pedro Paiva e João Maria Gusmão, galardoados com o prémio “EDP Jovens Artistas”, de 2004. A mostra, co-produzida pela Galeria Zé dos Bois e o Teatro Municipal da Guarda, vai ser inaugurada no sábado e estará patente na galeria de arte e no foyer do grande auditório. No domingo, os autores e o comissário da exposição (Natxo Checa) orientam uma visita guiada.

«O que se segue dá conta das nossas excursões semi-filosóficas, semi-literárias ao longo de três anos», antecipam no texto promocional, explicando que o objectivo do seu trabalho consiste em «encontrar a forma pela qual uma proposição científica fictícia venha a constituir um movimento genuíno em direcção ao fundamento de uma certa cientificidade». “Eflúvio Magnético” reúne uma série de fotografias, instalação e projecções de vídeo criadas no âmbito de um projecto de investigação de carácter experimental, iniciado em 2003. Tudo começou com o episódio literário de uma tempestade no canal da mancha: o Eflúvio Magnético. «Foi com espanto, surpresa e enorme intensidade que lemos Victor Hugo e que descobrimos, no romance “O Homem que Ri”, um fenómeno meteorológico cuja manifestação se colocava sempre à margem do compreensível e do comunicável», explicam no seu site (www.efluviomagnetico.com). Esta exposição foi seleccionada para representar Portugal na Bienal de Artes de S. Paulo (Brasil). Nos dois primeiros dias vai ser possível visionar uma selecção de filmes originais em 16 mm produzidos durante a pesquisa. A acompanhar a mostra são fornecidas duas publicações com referências de vários autores como Victor Hugo ou Friedrich Nietzsche, entre outros.

Segundo Natxo Checa, o trabalho de Pedro Paiva e João Maria Gusmão é identificável na «singularidade das suas propostas, processos e métodos de criação, para além da produção de discurso filosófico». O comissário da exposição acrescenta que «a sua imagética tem origem em experiências com modelos teóricos pseudo-científicos ou paranormais, compondo um universo e referências que reveste as obras de um carácter documental». Esta mostra é uma estreia, já que resulta de uma síntese de duas anteriores realizadas na Galeria Zé dos Bois (Lisboa) este ano e em 2004.

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