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“Os crimes dos rios de água”

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Recentemente debrucei-me sobre a ponte da governação e descobri, estonteado, como era importante para José Sócrates a contenção do défice. Já não havia mais vida para além do dito, mesmo recordando 2004 em que parecia haver tanta e ser tão importante. Mas eu que estou sem concursos de carreira para que eles poupem dinheiro, eu que não tenho aumento há vários anos, eu que vou deixar de fazer horas extraordinárias, eu que pago todos os impostos por via dos recibos que descontam no IRS, continuo sem ver mudanças noutros lugares.

“cadé os outros?”

A conta da água subiu e, ao que parece, agora as “Águas de Coimbra” são um ninho de bons salários, um lugar de grande interesse pelos proventos conseguidos. Mas também na Metro Mondego, na cidade onde não há Metro, na cidade onde se aboliram os carris, onde terminaram os “troley bus”, persistem salários a cinco gestores numa infâmia pública a quem trabalha. As reformas chorudas da Caixa Geral de Depósitos e outras empresas públicas não foram tocadas. Ao que parece, nem a oposição nem o Governo resolveram esta discrepância de reformas precoces e sumptuosas. Mais notável é o exemplo de Américo Baptista, homem trabalhador que foi pivot de direcção na Câmara de Coimbra de Manuel Machado tendo a seu cargo MAC, SMTUC e outros departamentos, hoje substituído por mais de dez jovens contratados para as mesmas funções que antes um só bastava. Gente de outra geração, já se vê, mais burra, mais limitada, mas em bando, como os chacais, já suprem a necessidade. A tudo isto não deita ninguém a mão? Meninos cor-de-laranja decidindo por gente de carreira. Encarnação transformou a Câmara e o PSD de Coimbra num lugar de empregos e de amigos. E que aconteceu ao famoso dinheiro que se passeava nas malas dos automóveis de Coimbra? Será que o sacrifício é mesmo só para os que ganham do seu trabalho?

Por: Diogo Cabrita

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